Morre, aos 70 anos, Maria Lúcia Prandi

A ex-deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Santos, a professora Maria Lúcia Prandi morreu no início desta quarta-feira (7), aos 70 anos, no Instituto do Câncer, em São Paulo.

Maria Lúcia teve o câncer no pulmão diagnosticado há cerca de um ano e desde o dia 23 de setembro estava internada, tendo passado por um procedimento cirúrgico recentemente.

Uma das últimas aparições dela foi acompanhar a visita do então ministro da Saúde, Arthur Chioro (PT), nas obras do Hospital dos Estivadores, na tarde do dia 7 de agosto. A ex-deputada estava animada na conversa com a Imprensa, enquanto repórteres, fotógrafos e cinegrafistas aguardavam a chegada do então ministro.

O velório será realizado amanhã no Cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos. A cremação será realizada mais tarde, no mesmo local.

Repercussão 

Políticos da Região lamentaram a morte da Deputada Federal nas redes sociais. Por meio de uma nota de pesar publicada no Facebook, o Partido dos Trabalhadores afirmou que "o PT sente a dor de uma das principais referências da Política Regional, Estadual e Federal, sinônimo de dignidade, e um ser humano irreparável. Solidariedade à família”. 

Já a direção estadual do Partido, exaltou a trajetória da política. “Liderança exemplar, Maria Lúcia Prandi tem uma trajetória política que enobrece a militância petista. Sensível às necessidades do povo, foi uma grande batalhadora em prol de uma escola pública de qualidade e de uma sociedade mais justa”. 

Também por meio de nota, a Prefeitura de Santos decretou luto oficial de três dias (de hoje até sexta-feira (9)). No comunicado, a liderança política da deputada foi exaltada por Paulo Alexandre Barbosa. “Maria Lúcia foi uma grande liderança e construiu uma história muito rica, sempre lutando pelos interesses da nossa Cidade”.

História

Maria Lúcia nasceu em Potirendaba, no interior de São Paulo. Ela chegou a Santos aos 11 anos de idade com a família, estudou e construiu a carreira profissional na Cidade.

Era professora de História e mestre em Ciências Sociais, formada pela PUC-SP.Prandi iniciou a militância na Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), lutando por uma escola pública de qualidade. Foi secretária da Educação de Santos na administração de Telma de Souza (PT) e a primeira mulher a presidir a Câmara de Vereadores da cidade.

Em 1994, se elegeu pela primeira vez para a da Assembleia Legislativa do estado de São Paulo (ALESP), tendo sida reeleita em 1998, 2002 e 2006. Foi, por duas vezes consecutivas, a deputada estadual mais votada da Baixada Santista e Litoral. O Movimento Voto Consciente classificou-a entre os 11 deputados mais atuantes da Casa. Foi 3ª secretária da Assembleia no biênio 2003-2005. Foi 4ª secretária da ALESP no biênio 2007-2009.

Em 2008, foi candidata a Prefeitura de Santos, ao lado do professor Daniel Vazquez, tendo recebido 32.698 (13% do eleitorado). Terminou em segundo lugar, com o pleito vencido pelo então prefeito peemedebista João Paulo Tavares Papa.

Concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados em 2010, obtendo 56.108 votos. Elegeu-se suplente, assumindo uma cadeira em 2014 no lugar de Ricardo Berzoini, convidado pela presidente Dilma Rousseff para ser ministro das Relações Institucionais.