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Política

Guido Mantega afirma que 2013 será mais calmo, com menos medidas

Além das taxas de juros e de câmbio, o governo tomou uma série de outras medidas para impulsionar o crescimento nos últimos anos.

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 05/01/2013 às 03:30

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O governo brasileiro planeja reduzir as políticas para enfraquecer a moeda local e diminuir as taxas de juros em 2013, à medida que o crescimento econômico começa a se recuperar após dois anos de crise, disse nesta sexta-feira, em entrevista, o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"O ano de 2013 vai ser mais calmo, com menos medidas, porque elas já foram tomadas", afirmou o ministro Mantega. "As políticas monetárias e cambiais estão ajustadas."

Enfrentando queda do crescimento nos últimos dois anos, o Brasil reduziu sua taxa básica de juros, a Selic, para uma baixa recorde de 7,25% no ano passado e introduziu uma série de medidas para impedir que sua moeda valorizasse em relação ao dólar, como a implementação de controles de capital sobre alguns investimentos estrangeiros.

"O Brasil agora tem de se adaptar, tem de se acostumar com esses níveis de taxas de juros e de câmbio", afirmou o ministro. "É claro, sempre pode haver flutuações, tanto em termos de taxa de juros quanto de moeda, mas estamos em uma posição totalmente diferente da que estávamos no começo do ano passado."

Medidas

Além das taxas de juros e de câmbio, o governo da presidente Dilma Rousseff tomou uma série de outras medidas para impulsionar o crescimento nos últimos anos.

As medidas provocaram críticas de alguns analistas, que alegam que elas interrompem o investimento e podem provocar inflação, ao mesmo tempo em que não garantem a recuperação da economia. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu a um ritmo menor, de quase 1% em 2012, após registrar alta de apenas 2,7% em 2011.

"O Brasil agora tem de se adaptar, tem de se acostumar com esses níveis de taxas de juros e de câmbio", afirmou o ministro (Foto: Divulgação)

Efeito

Mantega rebateu as críticas, dizendo que as medidas estão começando a surtir efeito e ajudarão a impulsionar a maior economia da América Latina a taxas de crescimento entre 3% e 4% este ano e acima de 4% em 2014. "Estamos começando com um cenário internacional melhor e vamos começar a colher o que plantamos em 2011 e 2012", disse.

Ele afirmou que a economia do Brasil começou a se acelerar nos meses finais de 2012, enquanto a previsão para os Estados Unidos melhorou, a crise da dívida da Europa parece ter evitado o pior cenário e a taxa de crescimento da China está começando a subir novamente.

Guerra cambial

Mantega, de 63 anos, ganhou proeminência global em 2010 ao acusar os EUA e a Europa de se engajar em uma "guerra cambial" por introduzirem políticas que, segundo ele, enfraqueceram o dólar e o euro em detrimento das economias de mercados emergentes como o Brasil, tornando-as menos competitivas no processo. Os controles de capital implementados por Mantega foram destinados a evitar que dólares baratos inundassem o Brasil e fortalecessem o real.

Esses controles, combinados a um crescimento econômico mais fraco e menores taxas de juros, enfraqueceram a moeda em quase 25% ante o dólar desde meados de 2011. "A taxa de juros está em uma posição favorável", disse Mantega. "As taxas de juro e o câmbio, as principais variáveis, estão em um estado mais equilibrado do que no começo de 2012", afirmou. A moeda agora "flutua mais de acordo com o sabor do mercado", completou.

O ministro reconheceu que muita depreciação pode ser uma coisa ruim: o enfraquecimento do real em 2012 provavelmente contribuiu em 0,5 ponto porcentual para a inflação em 2012 e uma moeda mais fraca também torna mais caro importar equipamentos de fabricação necessários para a indústria local. "Uma taxa de câmbio muito depreciada também pode ser inconveniente", disse ele.

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