X

Política

Dilma afirma não se incomodar com 'Volta, Lula'

"Todo mundo que apostou em algum conflito entre eu e o Lula errou. Tenho com o Lula uma relação fortíssima, pessoal", afirmou a presidente

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 08/09/2014 às 19:58

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

A presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta segunda-feira não se incomodar com o movimento "volta, Lula", que pede que o ex-presidente se candidate em seu lugar este ano. "Todo mundo que apostou em algum conflito entre eu e o Lula errou. Tenho com o Lula uma relação fortíssima, pessoal", afirmou. "Eu apoiarei o Lula em qualquer circunstância. O que ele quiser fazer, eu apoiarei. Estarei com ele em todas as circunstâncias, não só em 2018."

Sobre a reforma política, Dilma acrescentou que, "se for acabar com a reeleição, tem de dar mandato de 5 anos". A presidente argumentou que a população quer melhorias na representatividade e nas formas pelas quais campanhas são financiadas. "Só tem um jeito de fazer a transformação, se a população der poder para uma das posições", disse em sua participação na série Entrevistas Estadão. Ela afirmou também que pretende convocar um plebiscito sobre a reforma política em um eventual segundo mandato e disse ser contra a coincidência de todas as eleições. A petista afirmou que pretendia convocar o plebiscito já nos primeiros quatro anos de governo, mas houve "contestação política".

Em relação a atrasos nas obras do governo federal, como é o caso da transposição do rio São Francisco, Dilma afirmou que "só não atrasa obra de engenharia quem não faz" e justificou que a transposição exige diversas obras espalhadas por vários Estados para ser potencializada. Ela ressaltou ainda que, se o governo tivesse a experiência que tem hoje, a obra do São Francisco levaria cinco anos.

A presidente também falou de sua relação com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Ela afirmou que o País arrumou um "problema" relacionado à espionagem com vários governos. "Minha relação com Obama foi entre presidentes que perceberam um problema político sério. Ele percebia que o vazamento não era um questão banal", disse. Segundo Dilma, os dois países tratarão deste assunto depois das eleições.

A presidente Dilma Rousseff disse não se incomodar com o movimento 'volta, Lula' (Foto: Divulgação/PT)

Marina

Dilma também defendeu a propaganda eleitoral de sua campanha que comparou a candidata Marina Silva (PSB) aos ex-presidentes Fernando Collor e Jânio Quadros. Questionada se ela acreditava que Marina também não iria completar um mandato se eleita, a exemplo dos dois ex-presidentes, Dilma explicou que seu programa "não fez uma comparação pessoal". "Eu acho a Marina uma pessoa bem intencionada. Não estou fazendo uma comparação pessoal. O que eu fiz de comparação com o Jânio e o Collor é que ambos governaram sem apoio", explicou, durante a série Entrevistas Estadão. "Não estou falando da pessoa dela, mas de uma política que ela propõe."

A presidente destacou que quem escolhe o deputado e o senador não é a presidente. Segundo ela, todas as pessoas que acham que vão negociar com notáveis, que é possível governar sem partido, "geralmente ocorre alguma coisa muito perigosa". Ela voltou a criticar o discurso de Marina, que diz que governará "com os melhores" de todos os partidos. "Quem governa sem partido geralmente tem uma pessoa muito poderosa por trás, geralmente os mais ricos. Isto não é nova política, é a política que levou o País a um tipo de visão que a democracia pode ser feita apenas por uns poucos", afirmou. A presidente lembrou o tempo de ditadura, quando foi presa e torturada, e disse que "pagou um preço alto" pela democracia. "Acredito e não abro mão da democracia", afirmou.

Questionada se o aliado Collor não havia reclamado da exposição negativa, Dilma reforçou que "não falou da pessoa, eu falei de um governo", afirmou. Dilma disse ainda que são "dados históricos" que a falta de apoio no Congresso inviabilizou os dois governo. "Que o governo Collor não teve base de sustentação é um dado da história. Temos que perceber que acusação pessoal é muito profundo. Eu respeito o Collor, mas discordo das políticas. Por isto comecei falando que acho a Marina bem intencionada", afirma.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Praia Grande

Praia Grande usa peixe Barrigudinho no combate a dengue; entenda

Município também tem reforçado os trabalhos de nebulização com a máquina pulverizadora acoplada ao carro

Litoral Sul

Ex-prefeito de Itanhaém, Marco Aurélio é condenado a 10 anos de prisão

Investigação apontou fraudes que desviaram R$ 40 milhões dos cofres públicos

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter