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Política

Democratas citam relação de Bolsonaro com milícia e condenam visita aos EUA

Trecho da carta ainda diz que "Bolsonaro e seus filhos parecem manter laços com as milícias assassinas no Rio de Janeiro, incluindo os responsáveis pelo assassinato de Marielle Franco, há um ano".

Folhapress

Publicado em 24/03/2019 às 21:25

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Bolsonaro recebe de Trump camisa com seu nome. / Reuters/Kevin Lamarque/Agência Brasil

Parlamentares do Partido Democrata, de oposição a Donald Trump, divulgaram uma carta nesta quinta-feira (21) para condenar a visita do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.

Conforme antecipou o jornal Folha de S.Paulo, o documento estava sendo preparado às vésperas da chegada do líder brasileiro a Washington, com críticas à sua postura em relação às minorias, aos direitos humanos e à possível relação de sua família com a milícia do Rio de Janeiro.

No texto enviado ao secretário de Estado americano, Mike Pompeo, os parlamentares dizem ser preocupante ver Trump fazer elogios públicos a Bolsonaro, a quem classificam como um líder de extrema direita e o comparam a Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas - onde mais de 5 mil pessoas já foram mortas em uma cruzada do governo contra as drogas.

"Houve um pico de violência e ameaças contra as minorias desde a vitória de Bolsonaro. O primeiro membro abertamente gay do Congresso Nacional do Brasil, Jean Wyllys, renunciou ao cargo em meio a ameaças de morte e pediu asilo no exterior. Bolsonaro e seus filhos parecem manter laços com as milícias assassinas no Rio de Janeiro, incluindo os responsáveis pelo assassinato de Marielle Franco, há um ano".

"Assim como o presidente filipino, Rodrigo Duterte, Bolsonaro defendeu a política de 'atirar para matar' no momento em que execuções estão sendo feitas pela política brasileira. Seu governo está apoiando uma iniciativa que vai enfraquecer ainda mais a prestação de contas dos policiais que matam, cujo alvo principal são jovens negros", completa o texto em referência a mudanças anunciadas no pacote do ministro Sergio Moro (Justiça), que pode permitir que policiais tenham redução ou até isenção de pena quando matarem em situação de confronto armado.

Segundo os congressistas americanos, Bolsonaro tem um histórico de discurso "homofóbico, misógino e racista" e, no momento em que a extrema direita está em ascensão pelo mundo, os EUA não deveria "estender o tapete vermelho para Bolsonaro".

"Os Estados Unidos devem pedir ao presidente do Brasil que respeite os direitos humanos de todos os brasileiros e os compromissos de seu país em promover proteção ambiental e dos direitos indígenas sob tratados internacionais".

Assinam a carta os democratas Mark Pocan, Pramila Jayapal, Ro Khanna, Ilhan Omar e Raúl M. Grijalva.

Bolsonaro passou dois dias em Washington, onde se encontrou com Trump na Casa Branca, na terça-feira (19).

Essa é a terceira carta de parlamentares americanos contra Bolsonaro.

No início do mês, eles já haviam encaminhado a Pompeo um pedido para que o governo americano defendesse os direitos humanos no Brasil.

No texto de quatro páginas, os congressistas afirmavam que Bolsonaro "ameaça as minorias" e "coloca em risco o futuro democrático do país".

Em janeiro, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos EUA aprovou um pedido para que Pompeo condenasse algumas ações de Bolsonaro justamente na área de direitos humanos. 

O deputado democrata Eliot L. Engel, de Nova York e presidente do colegiado, disse que as decisões do presidente brasileiro prejudicam a comunidade LGBT, afro-brasileiros e indígenas.

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