Sindicatos se mobilizam para ajudar vítimas das enchentes

Doações podem ser entregues na sede e subsedes do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil

5 MAR 2013 • POR • 20h36

Presidentes e diretores de vários sindicatos se reuniram, na manhã desta terça-feira (5), para iniciar arrecadação de produtos destinados às vítimas das recentes chuvas em Cubatão.

Representantes de algumas empresas do polo industrial também participaram do encontro, que terá sequência na próxima semana. Até lá, algumas providências serão colocadas em prática.

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A partir desta quarta-feira (6), por exemplo, a sede e as subsedes do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil (Sintracomos), recolherão as doações.

Para anunciar a campanha, denominada ‘SOS Cubatão’, veículos de som dos sindicatos presentes percorrerão os municípios da Baixada, distribuindo 100 mil panfletos.

Leite em pó, fraldas, remédios, roupas de cama e banho, produtos de higiene pessoal e peças íntimas, como calcinhas e sutiãs, são alguns dos itens mais necessários.

Desespero

O presidente do Sintracomos, Marcos Braz de Oliveira, Macaé,relata que “o pessoal está desesperado, com fome, calor, crianças sofrendo, doenças, precisando de ajuda. Muitos são da nossa categoria”.

Os produtos arrecadados serão distribuídos diretamente pelos sindicatos. “Temos noção bem clara do quadro e sabemos quem está prioritariamente necessitando”, diz o sindicalista.

“Nossa responsabilidade ultrapassa o limite das negociações coletivas entre capital e trabalho”, destaca Macaé. “Somos sensíveis e atentos aos problemas sociais na base territorial”.

Ampliar

Dois motivos colaboraram para que não houvesse mais sindicatos e empresas na reunião. O primeiro foi um enorme congestionamento entre Cubatão e Santos, durante a manhã inteira.

O segundo foi a marcha das centrais sindicais, em Brasília, nesta quarta-feira (6), para onde foram, desde segunda-feira (4), centenas de sindicalistas da região.

Para a próxima reunião, na semana que vem, serão novamente convidados os sindicatos de todas as centrais e as principais empresas do parque industrial cubatense.

Ficou acertado que os sindicatos dos práticos em farmácias e dos comerciários indicarão lojas que possam vender mais baratos produtos como fraldas, de higiene pessoal e roupas de cama.

Várias empresas, como a Usiminas, organizam doações próprias e de seus empregados, distribuindo-as diretamente aos desabrigados, com assessoria de seus assistentes sociais.

Participaram da reunião dirigentes dos sindicatos dos comerciários, empregados em edifícios, frentistas, químicos, Sindnapi, Sinprafarmas, Sindiforte, Sintetel, Sintius, Sintracomos e vigilantes.

Contaminação: Bairro Pilões está condenado

Um dos maiores problemas do bairro Pilões, bastante prejudicado pelas enchentes, segundo o presidente do Sindicato dos Químicos, Herbert Passos Filho, são os resíduos químicos misturados com a lama.

“A área está contaminada”, adverte o sindicalista. “Infelizmente, o pessoal não poderá mais viver no local. É triste, mas é verdade. Precisamos estimular um programa habitacional para essa gente”.

O vice-presidente do Sintracomos, Luiz Carlos de Andrade, observa que comerciantes e proprietários de terrenos maiores serão os mais resistentes a abandonar o local.

Segundo ele, em Pilões moram muitas famílias oriundas do bairro cubatense Casqueiro e das cidades São Vicente e Praia Grande: “O Estado deve providenciar novas moradias”.

Advertências de tragédia anunciada

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Químicos, Herbert Passos Filho, alerta para a possibilidade de novos deslizamentos no sistema Anchieta Imigrantes.

O presidente do Sintracomos, Macaé Marcos, adverte que há muitas clareiras nas imediações das estradas, que ligam a Baixada a São Paulo: “Está na cara que algo muito grave pode acontecer”.

O diretor assistencial do sindicato dos químicos, Marco Antônio do Valle, chama de “tragédia anunciada” as evidências de novos deslizamentos na serra.

“É preciso alertar o governo estadual e as prefeituras da região sobre a eminência de novos deslizes”, diz ele. “Quem sobe para São Paulo e desce quase todo dia vê isso com clareza”.