Bancários fazem greve hoje e os portuários, manifestação

Categorias realizaram assembleias na noite de ontem. Bancários vão parar na parte da manhã

15 ABR 2015 • POR • 11h16

A aprovação do Projeto de Lei (PL) 4.330, que possibilita  a  terceirização do mercado de trabalho no Brasil, está levando  os bancários de Santos e região a deflagrarem uma greve de advertência hoje, na parte da manhã. A decisão foi tomada em assembleia, na noite de ontem.

Segundo a direção do Sindicato dos Bancários da Baixada Santista, “foi um duro golpe da Câmara dos Deputados e do empresariado contra a classe trabalhadora que pode resultar, por exemplo, em bancos sem bancários. Mas a luta não acabou”, diz a nota que menciona o dia de hoje foi a data escolhida para a realizações de paralisações com manifestações em todo  o País.

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Entre as ações, os bancários da Baixada Santista prometem que irão paralisar bancos da região durante toda a manhã. Após o meio-dia, os trabalhadores seguem até São Paulo para somar forças ao ato público que acontece a partir das 17 horas, com concentração no Largo do Batata.

A assembleia foi às 19 horas, na sede do Sindicato dos Bancários (Avenida Washington Luis, 140, Vila Mathias, em Santos). A direção do sindicato  menciona que são os trabalhadores que pagarão a fatura do PL 4330, que retira direitos, rebaixa salários e causa desemprego.

Ato Público

No final da tarde, os bancários vão participar de ato público em São Paulo, que começará no Largo da Batata, e tem o tema: “Contra a Direita, por mais direitos”.

O sindicato relata que a atividade busca combater e alertar sobre a pauta conservadora que avança no Brasil e só beneficia os grandes empresários.. E destaca a terceirização e as medidas provisórias, que reduzem direitos de trabalhadores e segurados do INSS, como de enorme retrocesso para o País.

Portuários não aprovam greve e vão fazer manifestação em frente à Codesp

A paralisação nacional de 24 horas convocada para esta quarta-feira (15) pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), será transformada num ato público de portuários, hoje, a partir do meio-dia até às 14 horas, em frente a Codesp. Neste período, os portuários devem parar suas atividades para participarem do ato.

A decisão foi tomada em assembleia, na noite de ontem, no Sindicato da Administração Portuária (Sindaport), envolvendo as categorias de doqueiros de Santos. A possibilidade de greve no porto, que seria por 24 horas, foi afastada pelos trabalhadores.

O encontro reuniu portuários representados pelos seguintes sindicatos: dos Operários Portuários (Sintraport), dos Operadores de Guindastes e Empilhadeiras (Sindogeesp), dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (SindRod), e dos Engenheiros no Estado de São Paulo.

Além da proposta de greve de um dia contra a aprovação do projeto de terceirização de serviços, aprovada pelo Congresso Nacional, foram colocados ainda em votação: uma manifestação pública em frente a sede da estatal, e por fim, uma operação padrão. A orientação partiu da Federação Nacional dos Portuários (FNP), entidade filiada à CUT.

A insatisfação dos portuários veio à tona depois que o Projeto de Lei 4330, que regulamenta a terceirização, foi aprovado pela Câmara dos Deputados na noite do último dia 8, por 324 a 137 votos.

Para o presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos, o projeto aprovado significa uma séria ameaça ao sistema laboral regido pela CLT, desde 1943. “Ao atenderem os interesses dos patrões, os deputados promoveram um grande retrocesso na rica história de conquistas da classe trabalhadora, sobretudo a portuária”.

Segundo o dirigente, a regra poderá estabelecer um processo de subcontratações irregulares sem precedentes para serviços considerados essenciais. “A própria Guarda Portuária, que ao lado da Polícia Federal, exerce papel de destaque na segurança dos portos brasileiros, é um exemplo claro disso”, disse o sindicalista.

A ameaça se estende para outras áreas de atuação e serviços prestados pela Codesp e demais administradoras portuárias públicas e privadas. “É devastadora e abrange todos os segmentos”, conclui.

Trabalhadores da Sabesp suspendem greve e voltam hoje ao trabalho

Os trabalhadores da Sabes decidiram, em assembleia na noite de ontem, suspender a greve iniciada na última  quarta-feira (08/04), após a Diretoria da Sabesp comprometer-se a defender junto ao seu Conselho de Administração a elevação do percentual da folha de pagamento destinado a PLR de 57,1% para 81%.

O compromisso foi firmado na audiência realizada ontem à tarde Tribunal Regional do Trabalho(TRT/SP). A Sabesp também concordou em destinar 1% da folha de pagamento para a movimentação de pessoal conforme avaliação de desempenho realizada em dezembro/2014, com previsão para pagamento em julho/2015.

Nessa mesma data, a empresa deverá demonstrar e comprovar ao sindicato esse percentual nos termos do enquadramento no Plano de Cargos e Salários.

Nova audiência de conciliação no TRT foi agendada para o dia 23 de abril, quando então a empresa informará a decisão do Conselho de Administração.

Greve de sete dias

Durante sete dias os trabalhadores da Sabesp cruzaram os braços. A decisão foi tomada em assembleia no dia 7 porque, depois de mais de seis meses de negociação entre sindicato e empresa, até aquela data havia uma perda de 42,9% na PLR e total incerteza quanto à destinação de 1% da folha para a movimentação de pessoal.

Nos dias de paralisação, os serviços emergenciais e inadiáveis foram realizados por equipes de plantão designadas pelo sindicato. O trabalho nesses dias foi conduzido com responsabilidade e compromisso, sendo que na audiência a empresa reconheceu que não houve prejuízo das atividades essenciais à população.

A Sabesp se comprometeu a não efetuar o desconto dos dias parados, demonstrando mais uma vez que a greve foi realizada com responsabilidade pelo sindicato e pela categoria.

Mobilização

A direção do Sindicato dos Urbanitários de Santos (Sintius) disse que “mais uma vez os trabalhadores da Sabesp na Baixada Santista e Vale do Ribeira mostraram sua dignidade e valor”. Para o presidente Marcos Sérgio Duarte, Marquito, “a adesão de 100% ao movimento. Equipes de plantão atuando solidariamente e com disposição. Coordenação perfeita entre diretoria, representantes sindicais, ativistas e a categoria”.