Incêndio da Alemoa: vereador aciona Ministério Público Federal

Ele pede apuração sobre o sistema de segurança dos operadores da área industrial da Alemoa e do Porto. Incêndio atingiu seis tanques da Ultracargo e provocou danos ambientais em Cubatão

8 ABR 2015 • POR • 12h03

O acidente envolvendo os tanques da Ultracargo, na área industrial da Alemoa, em Santos, ganha mais um ingrediente além dos problemas socioambientais causados na região. Na última segunda-feira (6), o Ministério Público Federal (MPF) recebeu uma representação do vereador Antonio Carlos Banha Joaquim (PMDB) pedindo a apuração sobre o sistema de segurança de todos os operadores da área industrial da Alemoa e Porto de Santos.

Paralalemente ao pedido de Banha, o Ministério Público Estadual (MPE) abriu inquérito para apurar as causas e os responsáveis pelo acidente. A Promotoria de Santos e o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) estão à frente da iniciativa. A Polícia Civil também abriu inquérito para apurar as causas do incêndio da Alemoa.       

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O parlamentar afirma que, nos últimos anos, há um verdadeiro descaso por parte dos operadores que, segundo ele, colocam os lucros na frente de tudo, deixando a segurança em segundo plano. “Não é a primeira e nem mesmo parece ser a última vez que a Cidade enfrenta incêndio desta natureza. Depois de passado o susto, as autoridades se acomodam e o Município volta a ficar a mercê da sorte”, afirma o vereador.

Para reforçar sua representação, Banha elenca uma série de acidentes como o ocorrido em 4 de agosto passado, envolvendo o terminal da Cosan Porto de Santos; em 20 de outubro no terminal da Coopersucar. “Frisa-se que em todos os incêndios, inclusive o da Ultracargo, a mortandade de peixes chegou a índices intoleráveis. Até quando vamos assistir a tudo isso, ao descaso com o meio ambiente e desrespeito às regras de segurança?”, questiona.

Bombeiros

Banha lembra que em dezembro de 1998 foi desativado um grupamento do Corpo de Bombeiros especializado em sinistros na área portuária e retroportuária, referência em toda a América Latina, por questões políticas de governo que desprezou a segurança. “Chegou-se a criar uma taxa de sinistro para tentar reativá-lo, mas apesar de criada e cobrada a taxa, o tempo sepultou a ideia da reativação do posto”.

Além de pedir auxílio do MPF, o vereador afirma que vai cobrar via Câmara a apuração de tudo o que ocorreu, danos pessoais e ao meio ambiente e apresentará um pedido de criação de uma Comissão Especial de Vereadores (CEV) para apurar a questão de segurança em toda a área do Porto, mesmo sendo uma área federal.

“Precisamos saber se todos os operadores portuários possuem Auto de Vistoria de Corpo de Bombeiros (AVCB), se estão com validade, e se os equipamentos de segurança contra incêndio dos operadores estão em perfeito estado de uso e funcionamento”, finaliza Banha.