Jogadores da Briosa falam sobre experiência no exterior

Meia Ricardinho e lateral-esquerdo Caíque contam sobre passagem pelo futebol japonês e tailandês

27 MAR 2015 • POR • 19h33

Jogar no exterior tem se tornado cada vez mais comum na vida dos jogadores brasileiros e essa experiência vem cada vez mais cedo. O meia Ricardinho, de 39 anos, e o lateral-esquerdo Caíque, de 23, que este ano reforçam o elenco da Portuguesa Santista para a disputa da Segundona Paulista, viveram essa realidade.

Do Nacional de São Paulo, Ricardinho, então com 21 anos, se transferiu para o Nagoya Grampus, do Japão. Caíque, por outro lado, escolheu um centro muito menos conhecido e inusitado: a Tailândia. Lá, ele defendeu as cores do Sukhothai F.C.

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“No começo se adaptar é complicado, porque tem a língua e os costumes. Mas eu, particularmente, com seis meses estava adaptado. Tinha dificuldade de comunicação, mas no clube tem intérprete e eu ficava muito tempo com ele, porque ele morava próximo e me dava muitos toques”, lembra Ricardinho, que garante ter tido boa receptividade por parte dos japoneses. “Eles gostam muito de brasileiros. Sempre me trataram muito bem”, conta.

Se fora de campo a adaptação à cultura do Japão foi difícil, dentro das quatro linhas não foi diferente. “Claro que depende muito do treinador e da formação tática que ele quer dar ao time, mas lá o futebol é muito mais rápido. Tem japoneses bastante habilidosos, muito parecidos com os jogadores brasileiros, mas a principal característica deles é a velocidade. Não é fácil jogar lá”, garante.

A principal lição que aprendeu no Japão, Ricardinho acredita que foi a forma que o povo japonês tem de se portar.

“Aprendi muita coisa lá em termos de educação. Eles são rígidos com disciplina. Lá, se chegar atrasado é complicado, porque na terceira vez rescindem seu contrato e te mandam embora”, conta o meia que, no Japão, jogou ainda por Belmare Hiraoka e Kawasaki Frontale.

Do país do futebol para o país do Muay thai

Também no continente asiático, a Tailândia é um país mundialmente conhecido pelo Muay thai, arte marcial que se popularizou e ultrapassou as barreiras do país. Apesar disso, curiosamente, o futebol também é um esporte popular por lá.

“Todo jogo dentro de casa tinha 20 mil torcedores. Quando íamos jogar fora iam quatro, cinco mil torcedores. Eles amam o futebol e o brasileiro também. A torcida até colocou a bandeira brasileira na sede dela”, conta o lateral-esquerdo Caíque, que em 2013 jogou pelo Sukhothai F.C, time da segunda divisão tailandesa.

“Lá tem a Thai League, a segunda e a terceira divisão, além dos campeonatos regionais. Em 2013 nós ficamos a um ponto da primeira divisão”, lembra Caíque, que acredita ser mais difícil disputar a Segunda Divisão do Campeonato Paulista do que o Campeonato Tailandês.

“A capacidade técnica dos jogadores daqui é maior, por isso é mais difícil jogar aqui, mesmo na bezinha. Até por causa dos campos, que aqui são ruins. Na Tailândia, os campos que eu joguei eram bons, inclusive o do Sukhothai F.Ci”, compara o lateral.

No país do Muay Thai, Caíque não perdeu a oportunidade de se envolver com o esporte e acredita que tê-lo praticado trouxe benefícios tanto dentro quanto fora de campo.

“Treinei Muay Thai por dois meses, mas não para competir. Isso me ajudou na preparação física porque o treino é muito pesado, você precisa ter bastante pulmão, tem que ter preparo e isso ajuda no futebol. Além disso, praticando o Muay Thai e vivendo na Tailândia aprendi a importância do respeito aos mais velhos. Essa lição eu trago pra minha vida até hoje”, destaca.