‘Food trucks’ não deverão ter lei em Santos

Ouvidor da Prefeitura e vereadores se manifestaram contra regularizar a atividade no Município.Debates foram acalorados durante audiência pública realizada no Legislativo

18 MAR 2015 • POR • 11h58

Está praticamente descartada a hipótese de Santos contar com uma legislação regulamentando a atividade dos “food trucks” (veículos adaptados para a venda de comida), tendência gastronômica em voga em cidades como São Paulo. Essa foi a conclusão a que chegaram os participantes de uma audiência pública realizada na noite de ontem, na Câmara de Santos.

Representando a Prefeitura, o ouvidor municipal Flávio Jordão afirmou que a Administração Municipal não prepara nenhuma matéria nesse sentido e enfatizou que discutir esse tema hoje na Cidade é “prematuro”.

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Entre os vereadores, houve o posicionamento contrário tanto do líder do Governo Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), Sadao Nakai (PSDB), quanto do líder da oposição, Evaldo Stanislau (PT), à ideia de uma lei específica para os “food trucks”.

Também se posicionaram contra Ademir Pestana (PSDB), Carlos Teixeira Filho, o Cacá Teixeira (PSDB) e Murilo Barletta (PR).

A audiência pública havia sido proposta pelo vereador Igor Martins de Melo, o Professor Igor (PSB), autor de uma proposta, posteriormente retirada, sobre os “food trucks”.

Hostilizado

Convidado pela organização da audiência pública para falar sobre a atividade, o presidente da Associação Paulistana de Comida de Rua, Rolando Vanucci, chegou a ser hostilizado no Legislativo pelas falas agressivas de alguns empresários do setor e até de representantes do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Santos (Sinhores).

Parte das reclamações dos empresários do setor foi direcionada à realização de um evento com “food trucks”, durante a temporada de verão, em Santos. 

Presidente do Sinhores, Salvador Gonçalves Lopes se disse preocupado com a falta de fiscalização, por parte da Vigilância Sanitária, a esses veículos que vendem comida. “Eles não recolhem impostos, como lanchonetes e restaurantes. Santos não precisa disso aí”.

Vanucci chegou a citar que havia sido convidado pelo Sindicato dos Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro para apresentar detalhes da atividade naquela cidade. Depois de sua fala, ouviu um desaforo do representante jurídico do sindicato desse setor de Santos (Sinhores): “Que o senhor, então, seja bem-vindo no Rio de Janeiro. Esqueça Santos”. Os comerciantes aplaudiram.

Cardápio não muda

Um munícipe, se intitulando apreciador de “food trucks”, reclamou que os quiosques — a categoria também estava representada no evento — apresentam praticamente o mesmo cardápio  em toda a orla.