Kaos quer vila cultural no Sapo

Companhia teatral entrega manifesto à prefeita e solicita a preservação de conjunto arquitetônico

11 FEV 2015 • POR • 12h25

As edificações do século XVII mantêm viva parte da história de Cubatão. Localizadas no entorno da Praça Coronel Joaquim Montenegro, no Largo do Sapo, elas abrigaram a elite cubatense e receberam chefes de Estado. Longe do glamour dos séculos passados, as casas, hoje vazias, estão ameaçadas pelo vai e vem de caminhões que operam nos terminais localizados nas proximidades. Um abaixo-assinado com 1.500 assinaturas foi entregue por artistas, ontem, à prefeita Marcia Rosa (PT) visando uma solução para o problema e a transformação do local em vila cultural.

“Já entramos com ações em diversos órgãos solicitando a regulamentação do trânsito de caminhões, pois as casas estão sendo prejudicadas com o fluxo pesado. Conseguimos a proibição de determinados caminhões, mas ainda é preciso regulamentar”, disse Lourimar Vieira, presidente do Teatro do Kaos. A companhia, que foi a responsável pela coleta de assinaturas, está abrigada em uma das edificações históricas.

Leia Também

Morre, aos 52 anos, o DJ santista Wagner Parra

Cubatão celebra 482 anos de fundação do povoado com performance teatral

Ecovias espera até 510 mil veículos em direção à região no Carnaval

Conselho do Samba de Santos busca valorização da cultura do samba

Cassação de Marcia Rosa: Câmara deve eleger comissão

O documento entregue pelos artistas sugere que o acesso dos caminhões às empresas seja feito por trás do Largo do Sapo. Eles sugerem ainda a transformação da área em complexo cultural. As casas estão vazias servindo de abrigo para desocupados.

Vieira disse que a prefeita manifestou a ideia de o Município comprar os imóveis e tornar o espaço uma vila cultural. “Essas assinaturas são em apoio à iniciativa. A história de Cubatão começou naquele lugar. D. Pedro passou por lá”, destacou o artista.

Patrimônio

O Largo do Sapo, que compreende a Praça Coronel Joaquim Montenegro e o conjunto de casarios, foi tombado como patrimônio histórico municipal em 2010. Qualquer reforma, alteração, restauração ou ampliação da área deverá ser autorizada previamente pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Cubatão (Condepac).

A Prefeitura de Cubatão informou que está dialogando com empresários e agentes culturais, no sentido de resolver o maior problema da área, que é a trepidação provocada pelo tráfego de caminhões e seu efeito sobre as antigas edificações. As discussões também envolvem a construção de um novo acesso para tráfego pesado e outras intervenções custosas, que estão sendo negociadas com a iniciativa privada.

A Administração Municipal ressaltou  que tem todo o interesse no estabelecimento de uma vila cultural em um local de grande importância histórica, cultural e arquitetônica para o Município.