Mulher é amarrada e espancada em Guarujá

Populares agrediram a vítima, de 31 anos, após boato na internet de que a mulher sequestrava crianças para ritual de magia negra. Ela teve traumatismo craniano

4 MAI 2014 • POR • 12h29

Uma mulher foi amarrada e espancada brutalmente por moradores do bairro Morrinhos, em Guarujá, na tarde de sábado. Ela foi acusada pelos populares do bairro de ser uma sequestradora de crianças para ritual de magia negra. A suspeita sob Fabiana, 31, que apresenta transtorno bipolar e tem acompanhamento médico, aconteceu quando uma página na Rede Social Facebook, muito popular em Guarujá, divulgou um retrato falado de uma mulher que supostamente estava realizando sequestros na Cidade.

Segundo o advogado da vítima, Airton Sinto, o retrato falado é falso e não há nenhum registro nas Delegacias de Guarujá sobre o caso, e nem acusados desse crime. “Não tem uma ocorrência contra nenhuma sequestradora no Guarujá”. A Polícia afirmou a Airton Sinto que não fez nenhum retrato falado, e o advogado estuda indiciar o responsável da página no Facebook, para que ele/ela  esclareça à Polícia de onde veio o retrato falado, e a informação de sequestro de crianças. Sinto não descarta a hipótese que o dito caso de sequestros e o retrato falado falso seja criação de mais um boato falso na internet para promover perfis na rede social.

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A Polícia Militar foi acionada por moradores que se mostraram inconformados com a situação. Foi necessário uma intervenção da PM para que a confusão fosse contida, e a vítima fosse resgatada. Ela foi atendida por uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e depois foi encaminhada em estado gravíssimo, com traumatismo craniano, ao Hospital Santo Amaro. Fabiana segue internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. No último boletim médico, por volta das 15h de ontem, o estado dela ainda era muito grave.

Amanhã, o advogado Airton Sinto e o marido de Fabiana,  se reúnem com o delegado titular de Guarujá, Cláudio Rossi. A investigação segue em sigilo e imagens gravadas por moradores estão sendo utilizadas para identificar os agressores. Sinto afirma que vai “buscar os meios legais para indiciar quem incitou essa violência, divulgando um retrato falado falso, sem apuração da informação”.
Até o fechamento desta edição, ninguém foi detido.