Protesto contra mortes na Usiminas

Sintracomos promove novo manifesto e promete fazer denúncia à Organização Internacional do Trabalho

8 FEV 2014 • POR • 11h11

Centenas de trabalhadores de empreiteiras que prestam serviços à Usiminas, em Cubatão, protestaram, ontem cedo, diante da portaria da empresa.

Com 55 cruzes negras, simbolizando o número de trabalhadores mortos na fábrica de aço desde 1993, eles participaram de ato ecumênico, entre 7h30 e 9 horas.

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O protesto foi do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem de Manutenção Industrial (Sintracomos), contra os acidentes de trabalho na siderúrgica.

O óbito mais recente foi no último dia 29 de janeiro, com o soldador Paulo Dias de Moura, 58 anos, da empreiteira Delta, após cair de uma plataforma de 30 metros.

Com a participação de sindicatos da região e de São Paulo, familiares do morto e das centrais Força Sindical,CUT e UGT, os manifestantes soltaram centenas de balões de gás pretos.

Visivelmente emocionados, os colegas de trabalho de Paulo Moura empunharam as cruzes, ouviram discursos, e participaram do culto ecumênico.

O presidente do sindicato, Marcos Braz de Oliveira, Macaé, orientou os trabalhadores a fotografarem e filmarem as condições inseguras de trabalho, recusando as tarefas perigosas.

“O certo é não ocorrer nenhum acidente, quanto mais com óbito”, ponderou o sindicalista, que lamentou a disponibilidade de apenas dois fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na região.

“O principal fiscal tem que ser cada um de nós. Não queremos fiscalização para multar as empresas, mas sim para interditar os locais sem condições seguras de trabalho”, destacou.

Sindicalista diz que fará denuncia à OIT

Marcos Braz de Oliveira, Macaé, já levou o assunto ao Ministério Público do Trabalho (MPT). E diz que irá denunciar a sequência de acidentes à Organização Internacional do Trabalho (OIT). “Vou reunir minha diretoria, na próxima semana, para viabilizar essa denúncia internacional. Temos que usar todas nossas armas para evitar novas mortes no trabalho”.

O sindicalista também comunicará o problema à presidenta Dilma Rousseff e ao presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Antônio Skaf.

E promete não parar, enquanto a insegurança no local não for resolvida.