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Itanhaém

Triagem de recicláveis gera renda a famílias

Das 2,8 mil toneladas de lixo coletadas ao mês, só 3% são recicladas.

Nayara Martins

Publicado em 28/10/2019 às 08:59

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Cooperados da Usina Brasil, na região do Mambú, fazem a separação de cerca de 60 toneladas de material reciclável ao mês. / NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL

Colaborar para a destinação correta do lixo doméstico e dos resíduos sólidos, e ainda, gerar renda às famílias mais carentes. Este é o objetivo da Usina Brasil, empresa contratada pela prefeitura de Itanhaém, que recebe todo o lixo doméstico coletado no município. Na cidade, são recolhidas cerca de 100 toneladas de lixo domiciliar por dia, o que resulta em 2,8 mil toneladas ao mês.

Os 30 cooperados da Usina Brasil, localizada na região do Mambú, fazem a separação de cerca de 60 toneladas de material reciclável ao mês, o que corresponde a apenas 3% do total da coleta domiciliar.

Dos materiais reciclados a serem comercializados estão o plástico, o papelão, o ferro, o alumínio e o vidro. No período de alta temporada - que vai do dia 20 de dezembro a 10 de janeiro, a coleta de lixo domiciliar pode chegar a mais de 400 toneladas ao dia.

O gerente da empresa, Eduardo Galvão, explica que para atender ao período da alta temporada haverá um reforço de até 40 cooperados, para trabalhar entre o mês de dezembro a 10 de janeiro.

Os cooperados recebem o lixo domiciliar e fazem a separação entre o material orgânico e o reciclado, por meio de uma esteira. Após isso, o material é lavado, seco, prensado e ainda triturado, para, depois, ser vendido às grandes indústrias no País.

Os plásticos em geral são enviados para a lavagem - tanto o plástico filme - sacos plásticos e sacolas, como o plástico duro - mesas, cadeiras, potes de sorvete, entre outros.

Conforme Galvão "a separação pela esteira, é um processo menos insalubre, e os cooperados trabalham protegidos com luvas, toucas e protetor de ouvido". Após a triagem feita em, no máximo, em dois dias, o lixo orgânico é enviado ao aterro sanitário na cidade de Mauá, na grande São Paulo.

O galpão é vedado por baixo e o chorume que sai da lavagem, corre para um tanque, onde é retirado por um caminhão bomba e enviado à Sabesp para ser tratado.

Apesar de a empresa já realizar o trabalho de transbordo do lixo para o aterro sanitário desde 2016, o processo de triagem para recolher o material reciclável começou em fevereiro de 2018, na Usina. "A partir deste mês, a Usina já está recebendo material de um comércio atacadista. Nossa intenção é de receber materiais de outros grandes geradores do município", observa.

GERAÇÃO DE RENDA

Uma nova alternativa de trabalho e de geração de renda às famílias mais carentes. É a proposta da Cooperativa do Litoral Sul (Cooperlis) aos 30 cooperados que trabalham na Usina Brasil.

Toda a renda da Cooperativa com a comercialização do material reciclável é dividida entre os cooperados. A Cooperativa tem um contrato com a Usina Brasil e, que, por sua vez, paga por quilo o material retirado. Eles recebem, em média, R$ 1.100,00 ao mês, dependendo da produção.

"Procuramos fazer um trabalho social, ensinar um ofício e dar nova chance a eles", afirma o presidente da Cooperativa, Eduardo Saraneli Galvão.

A cooperada Taís Silva Araújo, 21 anos, que há um mês atua como separadora, explica que o trabalho é uma nova experiência e está em fase de aprendizado. Ela estava desempregada há dois meses.

Maria Rosa, coordenadora geral da equipe, já está há um ano e nove meses na cooperativa. "É uma oportunidade para ter uma renda mensal, pois estava desempregada há sete meses". Segundo ela, todos podem aprender as diversas funções - separar, lavar, prensar e triturar o material.

A jornada de trabalho dos cooperados é de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas e aos sábados, das 8 às 12 horas. Eles ganham dois cafés (pela manhã), o almoço por volta do meio dia e outro café (à tarde).

COLETA SELETIVA

Apesar de a coleta seletiva funcionar há cerca de dez anos no município, são recolhidos e comercializados somente de 14 a 16 toneladas de recicláveis ao mês, o que resulta em cerca de 180 toneladas ao ano, realizado pela Coopersolreciclando. A presidente Roberta Rossi explica que, hoje, são apenas 13 cooperados e dois caminhões alugados para fazer a coleta seletiva. E passam nas residências e nos comércios, de segunda a sexta-feira.

Os cooperados ganham, em média, R$ 800 por mês, conforme o material recolhido. A prefeitura é responsável pelo pagamento das contas mensais e o aluguel de dois caminhões.

O secretário municipal de Planejamento e Meio Ambiente, Ruy Santos, explica que o município já possui o Plano Municipal de Saneamento, no qual está prevista uma lei específica de Coleta Seletiva e Logística Reversa. Mas, essa lei ainda está passando por algumas adequações. "Acredito que até o final do ano, a lei já esteja aprovada e em vigor. Assim, a coleta seletiva poderá ser implantada, de forma mais efetiva e gradativa, em todo o município".

Segundo o secretário, haverá ainda quatro ecopontos que estão em fase final de construção. Os locais receberão os resíduos sólidos, como entulhos de material de construção, nas regiões do Verde Mar, Cibratel II, Gaivota e Savoy, além de uma estação de transbordo na Chácara Cibratel, e também devem ser entregues até o final do ano.

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