03 de Maio de 2024 • 18:58
Convocada para o mesmo dia da eleição do próximo presidente do São Paulo, a votação do projeto de reforma do Morumbi deve fazer com que conselheiros da oposição não entrem no plenário, na noite de quarta-feira. Há uma divisão dentro do grupo, o que é ruim para Kalil Rocha Abdalla, que, desse modo, teria votos a menos a seu favor na disputa com Carlos Miguel Aidar.
A manobra idealizada por Aidar e aceita pelo presidente Juvenal Juvêncio não tinha como intenção esvaziar o salão nobre, no dia 16, até porque já canta vitória antecipada no pleito, mas sim forçar a votação por parte da oposição, que já se absteve na primeira vez em que a matéria foi convocada, em 17 de dezembro do ano passado. O estatuto reza que não pode haver votação se não estiver presente o mínimo de 75% do Conselho.
Apesar de classificar o projeto de modernização do estádio como positivo, parte da ala oposicionista não pretende avalizar a ideia em meio à eleição presidencial. Entende que o assunto ganhou cunho político e questiona detalhes do texto. Em 25 de janeiro, uma reunião aberta a associados mais resultou em polêmica do que em esclarecimentos.
Além da cobertura do estádio, o projeto prevê a construção de uma arena de show e de novos estacionamentos. Pelo imbróglio, a Andrade Gutierrez, construtora com quem o clube havia se acertado para a obra da cobertura, a desistir da parceria. Segundo a diretoria, seus demais colaboradores (LACAN, XYZ e Multipark) continuam dispostos a contribuir com os planos.
Na eleição do Conselho Deliberativo, realizada em 5 de março, a situação recebeu a maioria dos pouco mais de três mil votos e ficou com 49 das 80 cadeiras renováveis a cada seis anos. Ter 18 conselheiros a mais deu segurança para que Aidar insistisse com Juvenal sobre convocar a votação da reforma do estádio para o mesmo dia do pleito.
A estratégia, porém, não foi encarada de uma única forma pela oposição. Alguns conselheiros que pretendiam votar em Kalil, mas admitem vitória de Aidar, cogitam não se apresentar, a fim de que não haja quórum suficiente para abrir votação do tema. Outros, como Marco Aurélio Cunha (conselheiro de oposição mais votado), prometem comparecer independentemente da "armadilha".
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