03 de Maio de 2024 • 13:35
Esportes
O ‘terremoto’ provocado pelas denúncias de um esquema de compra de votos para a escolha do país do oriente médio como sede fez com que houvesse uma mudança no discurso da Fifa
A Copa do Mundo de 2022 parece cada vez mais distante do Catar. O ‘terremoto’ provocado pelas denúncias de um esquema de compra de votos para a escolha do país do oriente médio como sede criou um clima tão insustentável que fez com que, pela primeira vez, houvesse uma mudança no discurso da Fifa. Nesta segunda-feira, Peter Goldsmith, membro de um comitê independente da entidade, admitiu que, caso as acusações de suborno sejam comprovadas, a sede será transferida para outro país.
“Se essas alegações se tornarem verdadeiras, a decisão sobre o Catar terá de ser revogada. Caso a Fifa seja o centro deste escândalo, e este não é o único, terá de preparar uma resposta convincente e transparente a tais denúncias”, explicou o dirigente em entrevista ao The Guardian.
A repercussão do caso na Europa é tão grande que o primeiro-ministro da Inglaterra, David Cameron, se pronunciou sobre as investigações, mas despistou sobre uma possível candidatura inglesa para receber a Copa de 2022. “Há um inquérito em andamento. Veremos o que acontece. Quem sabe o que pode acontecer no futuro?”, perguntou.
A Inglaterra foi uma das candidatas a receber a Copa do Mundo de 2018, que será na Rússia, e a imprensa local já especula sobre a possibilidade do país surgir novamente como candidato, caso a Copa de 2022 seja tirada do Catar. No processo de escolha, que aconteceu em 2010, Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão e Austrália foram voto vencido – os dois últimos já demonstraram interesse em voltar a se candidatar para substituir os catarianos.
Entenda o caso
As denúncias sobre um suposto suborno na eleição da Fifa para a escolha do Catar como sede do Mundial de 2022 são antigas, mas tomaram dimensão maior no domingo, quando o jornal The Sunday Timesdivulgou inúmeras provas que apontam Bin Hammam, ex-presidente da Comissão Asiática de Futebol, liderou um esquema de compra de votos em favor do país do oriente médio.
De acordo com os dados obtidos pelo jornal, entre cópias de email, fax e faturas a dirigentes de aproximadamente 30 federações africanas, além de membros de comitê da Oceania e até mesmo o ex-presidente da Fifa, Jack Warner. Ao todo, segundo as denúncias, foram cerca de R$ 11,3 milhões distribuídos para influenciar a votação, que é feita por cada federação nacional filiada à entidade.
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