X

Esportes

Família de Coutinho desconfiava de Alzheimer e diz que ele estava sofrendo

O corpo do jogador foi velado nesta terça-feira (12), no salão de Mármore da Vila Belmiro. O sepultamento será às 18h no cemitério Memorial

Folhapress

Publicado em 12/03/2019 às 15:30

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Coutinho preocupava familiares e amigos próximos devido a sintomas de Alzheimer / Divulgação/PMS

Dono de um vasto repertório de gols, marcas históricas e de uma coletânea de declarações polêmicas, Antonio Willson Vieira Honório, o Coutinho, 75, que faleceu na noite de segunda-feira (11), já não era mais o mesmo.

"Deus sabe de todas as coisas. Ele estava sofrendo muito", disse Amanda, filha mais nova, com quem o ídolo santista morou nos últimos meses.

Coutinho preocupava familiares e amigos próximos devido a sintomas de Alzheimer, doença neurodegenerativa que resulta em uma redução das capacidades de trabalho e das relações sociais.

"Ele estava começando com alguns esquecimentos. A própria diabetes ocasiona essas falhas, também. Achamos que sim [estava com Alzheimer], cuidei por muito tempo da minha sogra dessa forma", disse Rosangela Cleiry, filha mais velha do jogador.

O ex-camisa 9 do Santos morreu em casa, após sofrer um infarto no miocárdio em decorrência de diabetes, hipertensão arterial sistêmica e problemas vasculares.

Desde que retornou do último período em que esteve internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do hospital Casa de Saúde, em Santos, com um quadro de pneumonia, em 28 janeiro, ele apresentava muitas dificuldades para levantar e se locomover. No período, não saía mais de casa e recebia visitas dos amigos mais próximos.

"Ele chegou a não reconhecer o Dorval, mas, em segundos, normalizou e ficaram conversando sobre futebol", contou Cleiry.

Dorval, 84 anos, era um dos mais próximos de Coutinho da mítica geração santista, ao lado dos ex-pontas Pepe, 84, e de Edu, 69. Eles se viam quase que diariamente na padaria A Santista, conhecido reduto dos torcedores do clube.

"Essa doença pegou ele de jeito. Era um cara tranquilo, sem estardalhaço. Gostava de tomar a sua cervejinha e que tinha essa cara de bravo desde que começou a jogar. Ele estava com Alzheimer, também, andava esquecendo de muitas coisas", disse Pepe, segundo maior artilheiro do clube, com 405 gols marcados.

O corpo do jogador foi velado nesta terça-feira (12), no salão de Mármore da Vila Belmiro. O sepultamento será às 18h no cemitério Memorial, a 1km do estádio.

Na madrugada, apenas alguns amigos próximos, familiares e os ex-jogadores Dorval e Mengálvio, 79, estiveram presentes. Além deles, alguns membros da diretoria do Santos. O caixão foi coberto com a bandeira do clube.

O Santos concedeu o espaço para a realização do velório e se responsabilizou por todas as despesas.

Coutinho chegou ao Santos com apenas 14 anos, em 1958, depois de fugir de casa. O adolescente, que gostava de jogar futebol e não era torcedor fanático de nenhum clube -talvez por isso não se impressionava em treinar ao lado de nomes como Pagão, Jair da Rosa Pinto e Pepe-, estreou no time principal no mesmo ano com apenas 14 anos, 11 meses e 6 dias, já fazendo um gol, contra o Sírio Libanês, de Goiás.

Pelo clube, foram 368 gols marcados em 457 partidas oficiais. Ele conquistou cinco vezes o Campeonato Brasileiro, duas Libertadores, dois Mundiais e seis vezes o Paulista.

Longe da Vila Belmiro teve passagem por Portuguesa, Vitória, Atlas (México), Bangu e terminou a carreira precocemente aos 30 anos, jogando pelo extinto Saad, de São Caetano do Sul.

Depois de parar de jogar, ele tentou a carreira como treinador, mas nunca obteve grande sucesso.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cotidiano

Baixada Santista confirma sétima morte por dengue

A vítima é uma mulher de 49 anos, que morreu no último dia 3

Santos

Pacientes com câncer estão tendo cirurgias suspensas em Santos

Denúncia foi feita pela vereadora Audrey Kleys (Novo) durante a 22ª Sessão Ordinária da Câmara de Santos nesta terça-feira (23)

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter