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Com Zinho chateado, Enderson terá de superar insatisfação para vingar no Santos

O técnico estreou com o pé direito ao conquistar os três pontos diante do Vitória, no último sábado, mas sabe que o clima continua pesado nos bastidores do Peixe

Publicado em 09/09/2014 às 11:04

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A demissão do técnico Oswaldo de Oliveira ainda não está totalmente cicatrizada no Santos. Apesar de apresentar Enderson Moreira como substituto no mesmo dia em que anunciou a saída do treinador, o clube ainda tenta contornar divergências internas para não perder o controle do elenco.

Enderson estreou com o pé direito ao conquistar os três pontos diante do lanterna do Campeonato Brasileiro Vitória, no último sábado, mas sabe que o clima continua pesado nos bastidores do Peixe. Isso porque a demissão surpreendente de Oswaldo de Oliveira desagradou muitos jogadores, comissão técnica e até dirigentes e profissionais do departamento médico.

Gerente de futebol, Zinho nem chegou a ser consultado sobre o caso e isso o teria irritado. Odílio Rodrigues conversou com o ex-jogador sobre a situação para amenizar o impacto negativo, mas pessoas ligadas ao clube garantem que a motivação de Zinho, que é amigo de Oswaldo, já não é mais a mesma e que a relação do gerente com o Comitê Gestor ficou abalada.

“Não pode parecer que isso que está acontecendo é um ET e que vocês não participam desse mundo”, chegou a indagar o presidente Odílio, durante a apresentação de Enderson, semana passada, após inúmeros questionamentos da imprensa sobre a polêmica mudança do comando técnico.

Muitos jogadores também não se conformaram com a substituição, principalmente os mais jovens. Oswaldo era conhecido pelo estilo ‘paizão’, sempre conversava muito com as promessas que surgiam da base e transmitia um respaldo que cativava o elenco.

O técnico Enderson Moreira assumiu o Santos após a demissão de Oswaldo de Oliveira (Foto: Ricardo Saibun/SFC)

“Temos que pensar que o grupo está fechado, mas a saída do Oswaldo pode trazer um problema no elenco que nós não temos hoje”, ponderou uma pessoa ligada diretamente à administração do Peixe, ainda no dia do anúncio oficial da demissão do técnico que estava no cargo desde janeiro.

Jogadores mais experientes, como o capitão Edu Dracena, apesar de também ficarem surpresos, estão levando a situação pelo lado profissional e encarando como uma nova realidade, sem muitas lamentações, apesar da discordância evidente. São nesses atletas que Enderson terá que se apoiar para, aos poucos, conquistar a confiança de todos.

“Qualquer alteração, mudança, vai agradar alguns, desagradar outros. Entendo naturalmente isso, não tenho que ficar provando nada para ninguém. Não posso ficar preocupado se vou agradar A, B ou C”, avisou o novo técnico do alvinegro praiano, percebendo o clima que se instaurou logo em sua chegada.

A rotina no departamento médico não ficou imune a toda essa situação. Além de Zinho, o fisioterapeuta Alex Evangelista também era muito próximo a Oswaldo de Oliveira. Desde janeiro no DM do Santos e nomeado coordenador, Alex não foi para o jogo do último sábado, que marcou a estreia de Enderson Moreira, e deixou clara sua insatisfação.

Com Oswaldo, Alex nunca deixou de apoiar a comissão técnica em uma partida e, nos últimos dias, nem mesmo teria aparecido no Cepraf (Centro de Excelência em Prevenção e Recuperação de Atletas de Futebol) todos os dias. Avelino Ribeiro Buongermino, que está desde 2008 no clube e é o ex-coordenador dos fisioterapeutas, acabou sendo convocado para o confronto contra o Vitória.

Famoso por ser o pivô da saída de Rafael Martini, ex-fisioterapeuta do Santos que pediu demissão e hoje trabalha com Neymar, Alex Evangelista tem uma ligação muito forte com o presidente Odílio Rodrigues, porém, assim como Zinho, é uma ‘herança’ de Oswaldo de Oliveira no clube e pode acabar sendo fundamental no dia-a- dia dos atletas e da nova comissão técnica.

Após ‘cair de paraquedas’, Enderson Moreira tem tomado cuidado no trato com os jogadores e intensificado as conversas para não perder o grupo. E o técnico terá um trabalho árduo, pois hoje trabalha quase que isoladamente em busca dos resultados, já que muitos no Santos ainda não engoliram a saída de Oswaldo de Oliveira e não têm a mesma disposição em colaborar com a atual comissão técnica.

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