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ELEIÇÕES

Candidato nas eleições do Santos, Marino crê que idade não é problema

O candidato esteve na redação do Diário do Litoral na última quarta-feira (6) e respondeu perguntas sobre o futuro do time santista

Igor de Paiva

Publicado em 08/12/2023 às 09:00

Atualizado em 08/12/2023 às 11:21

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Rodrigo Marino acredita que é o nome certo para a renovação do clube no próximo triênio / Nair Bueno / Diário do Litoral

Mesmo com a idade abaixo de seus concorrentes à presidência do Santos Futebol Clube, Rodrigo Marino acredita que é o nome certo para a renovação e a oxigenação do clube no próximo triênio. 

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O candidato esteve na redação do Diário do Litoral na última quarta-feira (6) e respondeu perguntas sobre o futuro do time santista. A eleição no alvinegro praiano está marcada para acontecer no próximo sábado (9).

DL - Por conta dos últimos resultados, e até pela campanha em todo o 2023, o seu planejamento antes das eleições leva em consideração a Série A ou B?

Rodrigo Marino - Sim, um cenário desse precisa ser considerado sempre, até porque foi uma possibilidade que existiu, mas foi um cenário que o clube nunca viveu, então é mais difícil de você fazer um planejamento porque você vai viver uma realidade nova de campeonato, um padrão de campeonato diferente. O Futebol da série B é diferente do futebol, muito menos técnico, muito mais aguerrido, um nível de jogadores diferentes. A gente já trabalha com jogadores, vamos dizer, de uma prateleira diferente da do futebol da Série A. São diferentes, mas, principalmente, o desafio é a receita. A receita despenca e você passa a ter uma uma despesa de Série A porque não é que você cai pra série B e imediatamente sua despesa cai. Não, 90% do custo do clube é a folha de pagamento, e ela é da primeira divisão, mas sua receita é da segunda. A partir desse momento, você precisa incrementar a receita, trazer a receita, além de também montar um time diferente. Um time que você tem, você precisa desfazer esse time e montar um time dentro da nova realidade. Temos planejamento para isso tudo, trabalhando principalmente com muita parceria com agentes e jogadores que postassem nos dois cenários.

DL- O Santos tem como rivais times que possuem investidores. O Santos pode passar essa transformação?

R.M - A SAF é uma tendência no futebol brasileiro. Mas olhando as faces que foram feitas no Brasil até hoje, até o momento, eu não gosto de nenhuma delas  porque nenhuma delas respeitou, em termos de valores, a história dos clubes em que elas foram implantadas. Você pega o cruzeiro que foi comprado por R$ 400 milhões, algo que é um absurdo, porque a história do Cruzeiro vale muito mais. O Vitor Roque, que saiu do clube para ir para o Athletico, custou a mesma coisa na sua venda para a Europa. Eu prefiro o modelo de parceria, pois com ela você tem injeção financeira e gestão profissional, mas não vende o clube que é do torcedor e do sócio. Eu estive um mês na Europa, tive no Braga (Portugal) para conhecer as estruturas de categoria e trazer uma estrutura para o Santos. Estive com o presidente do Braga, ele explicou que o Braga acabou de fechar uma parceria com a KSI. E a KSI veio negociando com Santos por dois anos e não fechou, mas vem negociando. Então o Santos já é conhecido da KSI e o presidente do Braga me passou a seguinte situação: ‘Marino, você gosta do modelo de parceria ou para você só serve SAF? Falei pra ele que eu gosto mais de parceria do que ele sabe ou então em janeiro volto aqui porque eu fechei com a KSI agora e dentro da negociação eles falaram que querem um clube no Brasil e esse clube é o Santos. E eles estão dispostos a colocar 200 milhões de euros, algo em torno de R$ 1 bilhão’. Chegaria o dinheiro e a gestão profissional, afinal, eles não investiriam sem isso e o clube não seria vendido. Um detalhe que eu sempre falo, muita gente me acusou de estar fazendo um estelionato eleitoral, me acusando de estar vendendo esse sonho e eu venho enfatizando que o interesse que existe da parte da KSI é com o Santos, o Rodrigo Marino abriu a porta e não está condicionado a eu ser eleito. Qualquer um pode ir buscar. E quem tiver dúvida é só procurar António Salvador, o presidente do Braga. 

DL-  Para o senhor, independente do modelo é importante o Santos para o Santista?

R.M- Não gosto da ideia de ter um dono. O Santos é do torcedor santista. Eu penso que não necessariamente tem que estar na mão de um grupo de investimento ou de um dono para o clube andar bem. Acho que isso é outra coisa, isso é nós estamos falando de responsabilidade. E ela passa muito mais pela pelo tipo de gestão, O ideal é mudar a forma de regime de de comando do clube que hoje é é um colegiado e passou a ter um responsável. Modelo precisava mudar urgente pra pra presidencialismo pra você poder responsabilizar o presidente pelos atos dele. Do jeito que é hoje você cobra colegiado e quem cobra cinco não cobra ninguém. Essa é a segunda coisa que eu vou fazer. Pedir para mudar o modelo de gestão. A primeira é montar um time. 

DL-  Como evitar uma nova campanha pífia no estadual?

R.M - Quando resolvi ser candidato pela segunda vez, o meu grupo político conversou comigo, me pediu pra que eu novamente encabeçasse isso e eu falei pra eles que só aceitaria esse desafio se eu tivesse condição de montar um time pra devolver o sorriso e o orgulho pro torcedor do Santos. Eles ficaram nessa e eu pedi dois meses para conversar e me reunir com pessoas, aí eu saí atrás de profissionais do futebol. Porque no futebol, para montar um time, ou você tem um cofre cheio de dinheiro, algo que talvez o Santos nunca teve em 111 anos, e muito conhecimento. Consegui montar uma espinha dorsal com profissionais nos departamentos. E quando eu tive a certeza de que eu conseguiria montar um time pra entrar em 2024 com condições de competir e para ser campeão aí eu chamei meu grupo e falei pra eles: Vamos lá que eu aceito o desafio. Eu vou buscar e vai acontecer logo no começo do ano. O Santos vai ter um time para devolver o sorriso e o orgulho pro torcedor. E nós vamos ser campeões paulista em 2024. 

DL- Aproveitando essa questão, Marcelo e Gallo estão no projeto para o ano que vem?

R.M - Eles estão com aproveitamento do Campeonato Brasileiro, até uns dias atrás, muito bom e hoje caiu bastante, mas são coisas do futebol. São dois profissionais que a gente vai apresentar nosso perfil e a estratégia que a diretoria vai tocar o clube e conversar com eles. São profissionais do futebol, estão ambientados e serão conversados, não existe essa definição. O Marcelo está no Santos faz 20 anos ou mais, é só uma questão se estará no comando técnico ou como membro da comissão técnica fixa. Ele é apaixonado pelo clube.

DL- Aproveitando esse assunto de permanência ou saídas, qual o futuro do Marcos Leonardo? 

R.M - É necessário conversar com ele. No mundo do futebol hoje: é a vontade do jogador. Ela é muitas vezes decisiva na permanência, elas saíram do jogador. Precisa-se conversar com o atleta para ver qual é a intenção dele ver como está o andamento de qualquer negociação. Há dez dias atrás tivemos reunião com todos os candidatos com o presidente e ele falou que tem encaminhada a negociação dele a partir de janeiro. Até surpreendeu a todos. Ele não falou clube, não falou valores, mas disse que tem bem encaminhado e que é a vontade do jogador. É bom ter essa informação porque você vai conversar com ele sabendo disso. E aí eu penso que vai depender talvez muito mais da vontade dos jogadores do que do Santos, mas que tem que ser uma tem que ser uma negociação que atenda os interesses dos Santos. Não tenha dúvida ainda mais que a janela de começo de ano é uma janela pior pras vendas do que a do meio do ano. Então, se for possível segurá-lo até o meio do ano junto a um projeto de conquistar o Campeonato Paulista, não tenho dúvida que no meio do ano ele sai mais valorizado

DL- Como o senhor pensa em resolver questões de falta de disciplina? 
R.M -
Montando um departamento de futebol digno de um clube do tamanho do Santos Futebol Clube. O departamento de futebol do Santos hoje é muito pobre no sentido de posições ocupadas. Ele se resume a um coordenador de futebol e um treinador. Isso é muito pouco para você gerir todo o futebol de um tamanho do Santos. Você precisa ter um departamento completo onde você tenha um diretor de futebol, onde você tenha um um executivo de futebol, tem um coordenador de futebol, tem o departamento de análise de mercado, tem um departamento de análise de desempenho, tenha um um uma equipe de de psicologia para atender os jogadores, você tenha um clube organizado dentro de campo e nos bastidores do futebol para que os jogadores não se sintam solitários nas suas tomadas de decisão e acabam tomando decisões que geram indisciplina. Então você precisa ter todo um cuidado. Eu acredito que, em um departamento de futebol montado de forma adequada, a tendência de atos de indisciplina diminui muito. Se a gente pegar o elenco do Santos a gente não tem ali jogadores que tem um grande histórico de indisciplina, não é da personalidade daqueles atletas a indisciplina. Talvez a indisciplina esteja acontecendo fruto de uma resposta de alguma coisa que não aconteceu. Talvez seja uma um ato de rebeldia, revolta criado porque a condução do trabalho não foi a melhor em algum momento. Não pela personalidade. Eu posso afirmar que não temos bad boys no elenco do Santos. Não temos. Ao contrário. São jogadores até muito cordeiros, tá? Como não temos bad boys igual tínhamos no passado, né? Que era difícil de segurar. Mas tal, com certeza a condução do trabalho do futebol ali tá gerando algum tipo de insatisfação que está levando a alguns atos de disciplina. 

DL- Faltam ‘ Bad Boys’ no Santos e no Futebol?

R.M- Eu não diria que faltam bad boys, eu diria que faltam jogadores com mais malícia no futebol para suportar momentos de decisão. Jogadores que tenham no seu currículo uma bagagem diferente, conquista de título e desafios maiores e não só passar por um campeonato. Isso falta no elenco do Santos. Até por conta disso na campanha eu busquei a aproximação e o apoio de vários ídolos do Santos. O que que eu quis buscar quando eu trouxe esses ídolos igual está comigo, Ricardo Oliveira, Giovani, Alex, William. O que eu quis buscar quando eu trouxe esses ídolos junto comigo? Essa aurea de campeão, esse caminho da conquista que esses atletas conhecem muito bem. 

DL- O Santos sempre teve a categoria de base como uma das suas maiores bandeiras. Sua chapa pensa nisso como solução?

R.M - A categoria de base é o grande xodó da torcida do Santos e meu naturalmente. Os primeiros Meninos da Vila, aquele time de 1978 foi comandado pelo meu tio. Na família Marino existe essa relação muito próxima. Para melhorar, ela acontece muito melhor no Santos do que acontece hoje, mas a ponto de potencializar, a gente tem na nossa campanha uma proposta de construção de uma estrutura dedicada à formação e ao desenvolvimento dos meninos da Vila . É uma área construída de 1.800 metros quadrados dentro do CT Rei Pelé. Mariano vai construir um CT? Não. Um CT é muito claro. Nós vamos construir uma estrutura de desenvolvimento, uma estrutura onde tenha academia, fisioterapia, médico, departamento técnico, refeitório, tenha toda a estrutura montada para seu apoio, seu back office dos Meninos da Vila. Uma estrutura igual à do profissional, até porque o profissional a gente faz um elenco de entre 30 e 40 atletas e na base a gente fala de um elenco de 12 categorias de 150 meninos. Então é uma estrutura totalmente dedicada e pensada para o desenvolvimento deles. No nosso projeto eu tive a oportunidade de mostrar para o Roberto Carlos, lá na casa dele, em Madri, e por que ele? Porque ele é santista. Simples. É um pentacampeão mundial. É um cara que treinou em um dos melhores CETs do mundo e e santista. Eu mostrei pra ele e ele ficou maluco. Adorou e falou ‘pô, Marino, precisamos montar isso aí”. Ele perguntou quando seria e eu expliquei que seriam R$ 10 milhões. Me surpreendendo, ele disse que se fosse 1 milhão e meio de euros, ele pagaria. Isso está nas nossas redes sociais. 


DL- O que o senhor pensa do novo estádio? O projeto sai do papel? E existe o receio de jogar fora da Baixada Santista?

R.M. - Precisa sair urgente. Eu penso que demorou muito. Foram três anos de negociação com a WTorre. É muito tempo. Muito tempo para negociar isso, mas agora chegou que já temos um  memorando de intenção assinado entre Santos e WTorre. Estamos em um momento de captação de recursos e precisa tomar conhecimento desse documento, assim que assumir em janeiro e continuar o projeto. A Arena tem que sair. Eu costumo dizer que o Santos precisa da arena e o torcedor do Santos merece. Isso é o que  eu penso, que esse é um grande medo, e foi um grande medo da atual diretoria e no processo porque ela iria perder o seu melhor jogador. O Santos não pode ter a Vila Belmiro como melhor jogador. É por isso que eu falo desde o começo da nossa conversa. Nós precisamos ter um time forte pra disputar pra ser campeão. Porque a partir do momento que você tem um time que pode ser campeão, você não tem medo de jogar fora de São Paulo. Ou melhor, jogar fora de Santos. 


DL- O senhor tem algum recado para os outros candidatos?
R.M. -
Eu venho falando isso há seis meses. Eu falava que toda pessoa que resolvesse ser candidato à presidência do Santos agisse com muita responsabilidade, que tivessem realmente propostas bem fundamentadas para, no caso de vitória, poder tratar o Santos da maneira que o Santos tem que ser tratado. O Santos vem de algumas gestões muito difíceis e cada vez piorando mais a sua condição de clube, financeira, de mercado, de imagem. Então, pros candidatos tivessem muita responsabilidade ao lançar as suas candidaturas. Estamos aí com cinco candidaturas. A minha candidatura eu venho na rede social, venho mostrando minhas propostas, tenho as minhas propostas com início, meio e fim. O que eu digo é: eu tenho a proposta, mostro como vou fazer e mostro quem valida essa proposta. Que ela é a garantia que ela vai acontecer. Então, que os candidatos tenham essa mesma responsabilidade e aquele que for possa de verdade resgatar o Santos, resgatar o futebol do Santos, resgatar a imagem do Santos.


DL- Porque a sua chapa é a melhor para o futuro do Santos?

R.M. - Pra sua renovação, porque eu sou oxigenação do clube, porque eu tenho propostas realmente sólidas que vão tirar o clube desse momento muito difícil, que vão abrir um novo horizonte pro clube. Talvez até pela minha idade menor do que os outros candidatos e a minha vivência sempre de viver num mundo corporativo trabalhando 20 anos em multinacional. Eu não sou aprisionado dentro da cidade de Santos, não sou aprisionado a velhos conceitos, velhas práticas porque a minha vivência, a minha experiência, me formaram, me capacitaram para ter uma visão mais global.
 

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