08 de Maio de 2024 • 08:34
Débora Camilo (PSOL), Nego Walter (PSB), Jefferson Cezarolli (Podemos) e Adilson Junior (Progressistas) são alguns dos representantes / Reprodução/Facebook
Dezesseis. Esse é o número de parlamentares eleitos no último domingo (15) para as nove Câmaras de Vereadores de toda a Baixada Santista que se consideram, de acordo com o portal das candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como da cor/raça preta. Em uma data dedicada a se lembrar e celebrar o Dia da Consciência Negra, o Diário do Litoral decidiu fazer um levantamento sobre como está o cenário político regional para pessoas da cor em um País que tem o número mais elevado de negros em toda a América Latina e percebeu que a desigualdade nas Câmaras beira o cenário de 1 representante negro a cada 10 parlamentares.
Ao todo, Santos, São Vicente, Guarujá, Praia Grande, Cubatão, Bertioga, Itanhaém, Peruíbe e Mongaguá têm 136 cadeiras distribuídas por nove Câmaras. Destes 136 políticos, um total de 124 são do gênero masculino e apenas 12 do gênero feminino. Quando a estatística é separada por cor/raça, é possível observar uma distância grande entre os candidatos eleitos.
Um total de 73 vereadores se consideram no portal de divulgação de resultados do Tribunal Superior Eleitoral como brancos. Isso equivale a aproximadamente 53,67% de todo o Legislativo das nove cidades, mais da metade. Já os edis que se consideram como da cor/raça parda conquistaram 44 cadeiras, o que representa cerca de 32,35%.
No fim da fila, vêm os parlamentares da cor/raça preta, que somaram 16 vitórias nas urnas e somam a porcentagem de 11,76%, um dado próximo de pouco mais de um único vereador eleito para cada dez cadeiras diferentes. Um total de três candidatos que conseguiram uma vaga no Legislativo não informaram a qual cor/raça pertencem. Todos os três são de Itanhaém.
Ao se separar os dados cidade por cidade, o município de São Vicente foi o que elegeu mais negros, um total de cinco cadeiras da Câmara serão ocupadas por eles a partir do dia 1º de janeiro de 2021: Jefferson Cezarolli (Podemos), Dercinho Negão do Caminhão (MDB), Wagner Cabeça (PSL), Professor Thiago Alexandre (DEM) e Jatobá (Podemos).
O eleitorado santista elegeu mais dois candidatos: Débora Camilo (PSOL) e Adilson Junior (Progressistas). Em Guarujá, Nego Walter (PSB) e José Nilton Doidão (PSB) obtiveram vitória nas urnas. Praia Grande terá Paulo Monteiro (Republicanos) e Whelliton Silva (PL).
Bertioga viu mais dois parlamentares da cor/raça preta vencerem o páreo: Macário (PSD) e Guarujá (Republicanos). Peruíbe terá apenas Adilson da Taxi Van (PSB), enquanto Mongaguá contará no próximo ano com Pelé da Cocheira Morcegão (PSDB) e Guinho (Republicanos). Tanto Cubatão quanto Itanhaém não tiveram vencedores da cor especificada.
Em outros números, o município de Cubatão é o que mais terá vereadores pardos: 11. Já a cidade de Santos terá o maior número de políticos brancos no Legislativo com 14.
De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a pesquisa sobre cor ou raça da população brasileira se dá com base na 'autodeclaração'. Ou seja, as pessoas são perguntadas sobre sua cor de acordo com as seguintes opções: branca, preta, parda, indígena ou amarela. Para a classificação da instituição, todas as pessoas pretas e pardas integram o mesmo grupo de raça/cor.
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2019, 42,7% dos brasileiros se declararam como brancos, 46,8% como pardos, 9,4% como pretos e 1,1% como amarelos ou indígenas.
Segundo dados da Agência Senado, em 2020 foi a primeira vez que os candidatos negros passaram a ser o maior grupo de postulantes a cargos eletivos no país desde que o TSE passou a coletar informações de raça, em 2014. Ao todo, 276 mil candidatos pretos ou pardos se registraram para concorrer no pleito, o equivalente a 49,9%.
Esta também foi a primeira disputa eleitoral em que os partidos tiveram que cumprir regras sobre os repasses de verbas do Fundo Eleitoral para os candidatos negros, com a destinação proporcional a esse grupo dos recursos de financiamento de campanha e do tempo de propaganda eleitoral gratuita na TV e no rádio. Mas a divisão só foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no início de outubro, após o início das campanhas eleitorais. E a prestações de contas dos partidos apenas são analisadas pela Justiça Eleitoral após a disputa.
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