06 de Maio de 2024 • 01:09
As ruas da região estão tomadas por cabos eleitorais, enquanto o debate pelas redes sociais se intensifica; mais de um milhão de eleitores da Baixada vão às urnas / Matheus Tagé/DL
Embora os gastos com comunicação, em especial na produção de programas de rádio e TV e de impressos, estejam entre as principais despesas dos candidatos nas eleições deste ano, as redes sociais da internet, onde não é permitido patrocinar postagens, têm sido importantes ferramentas no processo eleitoral. A interação virtual entre pleiteante e eleitor vem chamando a atenção de especialistas da área.
“As postagens com material de propaganda tradicional publicadas via Facebook têm baixo engajamento. Agora quando a postagem é feita de forma pessoal pelo candidato o número de visualizações e a propagação é maior. Isso é bom para quem tem boas ideias e conseguem mostrar de forma diferente”, destacou Christian Godoi, professor e mestre em Comunicação. Ele é autor do livro “O sentido da violência – TV, celular e novas mídias” e leciona aulas de Teoria da Comunicação em uma universidade de Santos.
O professor ressaltou que, neste ano, o engajamento pelas redes sociais está maior. Um dos exemplos é a discussão simultânea travada pelas mídias. Enquanto o eleitor assiste ao debate entre os candidatos na TV, ele também comenta e compartilha suas opiniões na internet. “Um candidato que tem pouca exposição na televisão, por exemplo, aproveita o momento para aparecer, mas é na rede que consegue maior alcance”, disse.
Godoi classifica o momento como uma ‘revolução do audiovisual’. “Existem padrões estabelecidos pelos norte-americanos, e utilizados no Brasil, de como fazer marketing. Mas o conteúdo produzido para TV, por exemplo, já não funciona no Facebook. Tem- se percebido que a criatividade está ganhando no formato da linguagem. É uma revolução que terá de ser estudada e aperfeiçoada”, destacou.
Apesar de as redes serem importantes ferramentas no processo eleitoral, o professor ressaltou que o sucesso das mensagens propagadas só poderá ser constatado – ou não – após a apuração. “Tem que ver o quanto as milhares de visualizações ou compartilhamentos será revertido em votos. Isso a gente só vai saber após a apuração. Mas uma coisa é certa, as redes sociais se tornaram, curiosamente, espaços públicos de debate. As pessoas estão se posicionando, estão comentando e discutindo política. E isso é bom”, afirmou.
Dica
A campanha via redes sociais ainda é permitida. Para os indecisos, que ainda não escolheram seus candidatos, o professor dá uma dica. “Procurar os perfis oficiais dos candidatos, confrontar as informações com o site deles e verificar no site TSE (Tribunal Superior Eleitoral) as propostas do Plano de Governo. Essa verificação é importante, pois existem muitos ‘fakes’ (perfis falsos) que propagam informações mentirosas”, destacou Godoi.
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