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Cotidiano

Denunciado descaso em escola de Praia Grande

Presidente da Câmara, Serginho Sim (PSB) fez um vídeo mostrando a situação precária da unidade de ensino

Publicado em 17/04/2014 às 10:44

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Ao ver o vídeo feito pelo vereador (veja abaixo) – presidente da Câmara de Praia Grande - Sergio Luiz Schiano de Souza, o Serginho Sim (PSB), na Escola Estadual Doutor Alfredo Reis Viegas, no bairro Antártica, é difícil identificar o que faz parte de uma escola e o que faz parte de um canteiro de obras.

Na entrada da escola, o lixo já toma conta das calçadas. Tem mato sem roçar, carteiras velhas e novas (ainda no plástico) amontoadas, forro das salas (parcialmente interditadas) caindo, a Sala de Leitura foi transformada em sala de aula e as prateleiras de livros estão no pátio da escola.

O vídeo foi apresentado pelo vereador na sessão da última segunda-feira, dia 14. O parlamentar esteve na unidade, após receber denúncias e reclamações de pais de alunos sobre as condições precárias do prédio, que está em ruínas e oferece riscos aos cerca de 900 estudantes que frequentam o local.

Ainda segundo o parlamentar, uma obra para a reforma completa da unidade teria sido iniciada, mas foi paralisada. Por conta disso, montanhas de entulho se acumulam no local. Ao todo, nove salas de aula foram interditadas. Em uma delas, o forro do teto ameaça cair a qualquer momento. O cenário já se arrasta por três meses. “Constatei também um descaso e desperdício do dinheiro público. Cadeiras e carteiras novas, ainda no plástico, estão empilhadas em uma das salas interditadas. Detalhe: são materiais novos, ainda no plástico”, contou.

alas de aula se transformam em depósito de restos de obra, que são jogados e tomam espaço nos ambientes (Foto: Reprodução)

Por conta do risco oferecido, outros espaços precisaram ser adaptados para receber os alunos nos três períodos de aula. “Os estudantes estão tendo que se espremer em salas minúsculas, abafadas. Só para dar um exemplo, a sala de leitura deu lugar a uma classe onde estudam dezenas de alunos. O espaço, antes reservado aos professores, também se transformou em sala de aula. Numa outra, tem até um banheiro dentro da classe, o que não é recomendado”, enfatizou.

Diante da situação, o parlamentar enviou questionamentos ao secretário de Estado de Educação, Herman Voorwald, e aos representantes da Delegacia Regional de Ensino. “Precisamos saber se esta reforma será retomada e se há recursos para isso. Afinal a situação é lamentável, perigosa e até mesmo vergonhosa”, disse Serginho Sim.

O vereador Roberto Andrade e Silva, o Betinho (PMDB), que preside Comissão Especial de Vereadores (CEV) sobre as escolas estaduais no Município, pediu para que o pedido fosse encaminhado para a comissão, bem como o vídeo apresentado. “É dura a realidade das escolas estaduais”, desabafou o parlamentar, que exerce a função de líder do prefeito. “Ultimamente temos visto uma transferência de responsabilidades entre os entes federativos, e não apenas na Educação, mas também na Saúde e na Segurança Pública. União e Estado simplesmente repassam seus deveres para o Município, que fica sobrecarregado. Não podemos permitir que isso aconteça”, alertou.

O vice-presidente da Câmara, Benedito Ronaldo César, o Doutor Benedito (PMDB), também comentou o requerimento. “Em nome do mínimo de dignidade daquelas crianças, professores e funcionários, esta escola não deveria estar funcionando de maneira nenhuma. Isto para que a mesma sofresse uma reforma em sua totalidade e depois voltasse a servir a comunidade. A situação exposta é uma agressão à população”, finalizou.

Direção Regional

Durante visita de rotina à Secretaria de Educação (Seduc), ontem, a dirigente Regional de Ensino, da Secretaria de Estado da Educação, Nazareth Guimarães Cardoso, abordou as condições em que se encontra a Escola Estadual Alfredo Reis Viegas e anunciou que uma reforma deverá resolver o problema em 180 dias.

Segundo Nazareth Cardoso, das 11 salas de aulas da escola, seis precisaram ser interditadas e os alunos foram remanejados para as demais, sem que ficassem expostos a riscos ou tivessem os estudos prejudicados. “Os alunos podem não estar bem acomodados, porém, oferecemos alternativas como remanejamento para outras unidades. Mas os próprios alunos e professores optaram por permanecer na unidade. No entanto, o local interditado está protegido por tapumes, o que de forma alguma coloca em risco a segurança dos alunos”, assegurou.

A dirigente Regional de Ensino destacou que a unidade deve passar por reforma de muro, telhado e demais estruturas. Nazareth Cardoso acrescentou também que já está em tratativas com a Prefeitura visando à doação ao Estado do terreno onde fica a escola. “Uma arquiteta da Fundação de Desenvolvimento da Educação visitou a escola para avaliar que tipo de prédio deverá ser construído na área, caso a doação ocorra logo, de forma que estamos preocupados em resolver esta situação o mais breve possível”, concluiu.

Ao todo, nove salas de aula foram interditadas (Foto: Reprodução)

Estado

A Secretaria de Educação do Estado, através da Diretoria de Ensino de São Vicente, informou que uma equipe de engenheiros da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), órgão que administra as obras da Secretaria, estiveram na unidade e atestaram a segurança aos alunos e frequentadores da escola. “Por precaução, a circulação de pessoas foi impedida em algumas salas da unidade. Os demais ambientes escolares estão liberados, sem riscos. É importante frisar que os estudantes permanecem tendo aula nas salas em que a vistoria técnica da FDE atestou a adequação”, garantiu através de nota.

Segundo a Secretaria, a reforma na escola iniciará ainda neste mês e o prazo de execução é de 180 dias. Já em relação à ventilação da unidade, todas as salas possuem, no mínimo, um aparelho e há uma média de 32 alunos por sala de aula.

A Diretoria de Ensino afirma ainda que já realizou reuniões com a comunidade escolar e permanece à disposição para pais e estudantes que por ventura ainda possam ter dúvidas sobre a situação da unidade de ensino.

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