X

ARTIGO

Chegou a hora de mudar o rumo da saúde vicentina

Nas últimas eleições, o povo vicentino optou pela mudança

Kayo Amado e Michelle Santos

Publicado em 15/12/2021 às 06:00

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Nas últimas eleições, o povo vicentino optou pela mudança. Após 20 anos de governo dominado por apenas um grupo político, a maioria da sociedade calunga optou por uma nova gestão, com aspiração e ideal de desenvolver a Cidade, que estava estagnada em quase todos os aspectos, enquanto as demais evoluíam no seu entorno.

A saúde é, e sempre será, a área mais crítica de um governo, uma vez que tem relação direta com o bem mais precioso: a vida das pessoas. Nessa área, a gestão atual encontrou um cenário bastante complicado, não bastassem a pandemia de Covid-19 e a falta de estrutura para o seu combate, com o desmonte de seus hospitais de campanha. A pasta sofria também com dívidas vultuosas, ausência ou renovação de contratos no apagar das luzes, falta de credibilidade perante fornecedores, servidores e usuários. Isso sem contar o sucateamento dos equipamentos públicos, obras não inauguradas e uma total falta de planejamento na condução de políticas públicas para a saúde.

Foram necessários meses de trabalho árduo para se ter uma ideia de todo o panorama, enquanto, ao mesmo tempo, se faziam esforços urgentes para enfrentar as necessidades da pandemia. Foram abertos leitos de enfermaria em ala do Hospital São José e realocados os de UTI Covid, contratados profissionais de saúde em caráter emergencial para repor a mão de obra, cujos contratos não eram passíveis de renovação, e realizadas diversas mudanças estruturais e de ambiência dentro do Hospital Municipal, para suprir as exigências sanitárias. Enquanto isso, a vacinação exigia, e ainda exige, esforços técnicos, logísticos e de recursos humanos, que impactam em aumento de horas extras e, consequentemente, pressionam a folha de pagamento.

Foram retomadas cirurgias ortopédicas e ginecológicas através da regularização do pagamento de fornecedores e prestadores, realizadas mudanças nas diretorias médicas e iniciado um programa de humanização na saúde. Em paralelo, oficinas de planejamento, orientadas pelo DRS-IV, aconteceram durante vários meses, a fim de estruturar um Plano Municipal de Saúde, com participação dos servidores (nunca antes realizado no Município), que apontará os rumos que a saúde deve tomar nos próximos três anos. 
Também foi realizada a eleição de um novo Conselho Municipal de Saúde – este sim, legitimamente responsável por fiscalizar e orientar as políticas públicas em âmbito municipal.

Tudo isso diante do cenário costumeiro da falta de leitos, médicos, insumos que advêm, entre outras coisas, do subfinanciamento crônico com que o SUS convive desde a sua criação, agravada pela falta de reajuste na tabela SUS, que não é corrigida há mais de 10 anos, e pela perversidade da pirâmide tributária brasileira, que retira dos municípios 70% da riqueza produzida, para que o dinheiro dos impostos retorne, posteriormente, em forma de verbas públicas estaduais e federais, favorecendo a corrupção, a manipulação e a má gestão do dinheiro público. Em São Vicente, o repasse mensal da saúde, fundo a fundo é, em média, de R$ 11,00 per capita, e o Governo já gasta 22% do seu orçamento com a saúde, quando o mínimo previsto é de 15%. 

Por fim, é chegado o momento de algumas mudanças mais profundas e que, sem dúvida, geram medo e desconfiança na população – que votou pela mudança! – instigados por alguns ditos “representantes” sem representatividade nas urnas. Mudanças essas necessárias para que as verdadeiras mudanças estruturais ocorram e, enfim, tenhamos uma saúde de qualidade. Para tanto, lançamos o plano “Nova Saúde São Vicente”. 

O compromisso do governo em trazer a saúde para mais perto das pessoas passa por uma reeducação da utilização dos equipamentos de saúde. Deixando os pronto-socorros para aquilo que eles realmente foram criados – urgências e emergências – e passando a se utilizar da verdadeira base da saúde pública, que é a Estratégia da Saúde da Família - ESF, onde a resolutividade dos casos é de 70%, com custo três vezes menor.

Isso deve ser entendido por toda a sociedade que se utiliza do sistema público de saúde, e as cobranças devem ser por melhorias na atenção primária, e não na manutenção de um modelo hospitalocêntrico, cujo custo-efetividade é perverso. As pessoas que têm poder aquisitivo pagam por consultas médicas para evitar que as doenças se agravem e necessitem de atendimento emergencial.  Precisamos garantir que os menos favorecidos tenham a mesma possibilidade de acesso à atenção básica. Isso é fundamental. É necessário mudar!

Kayo Amado, Prefeito do município de São Vicente
Michelle Santos, Secretária Municipal da Saúde de São Vicente

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cotidiano

Sem crise! Tempo de espera na balsa é de 15 minutos

Intervalo de tempo é visto para ambos os lados

Guarujá

Autor guarujaense transforma foco e criatividade em obra literária

De acordo com o próprio autor, o projeto tem a grande meta de conectar a criatividade e identidade

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter