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Política

Sob vaias e aplausos, Bolsonaro critica postura do Ministério Público

Segundo o presidenciável, o Ministério Público tem de ser parceiro e colaborar no desenvolvimento do Brasil

Folhapress

Publicado em 23/05/2018 às 21:38

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Jair Bolsonaro (RJ) criticou a postura do Ministério Público / Divulgação/Fotos Públicas

Sob vaias e aplausos, o presidenciável do PSL, deputado Jair Bolsonaro (RJ), criticou nesta quarta-feira (23) a postura do Ministério Público e ressaltou que todo gestor público pode errar. Em encontro com prefeitos e vereadores, ele afirmou que administradores públicos têm medo de responder por denúncias de improbidade administrativa, o que precisa ser mudado.

"Temos de ter coragem de falar sobre o Ministério Público. Faz um bom trabalho? Em parte, sim. Mas tem seus problemas. Que prefeito não fica com medo ou preocupado respondendo por improbidade administrativa? Temos de mudar isso", afirmou.

Segundo ele, o Ministério Público tem de ser parceiro e colaborar no desenvolvimento do Brasil.

"Não é dizer que não vai ter mais fiscalização, não é isso. Mas temos de ser prefeitos, governadores e presidente sem medo. Todos nós podemos errar. E não é do erro que vem acontecendo, vem uma lapada em cima da cabeça da gente", disse.

No fim do evento, perguntado pela imprensa se a crítica contradiz o discurso do presidenciável contra a corrupção, Bolsonaro negou que as avaliações sejam conflitantes.

"Tem nada a ver uma coisa com outra. Tem que ter bom senso. Até um simples fiscal não pode chegar num estabelecimento e meter a mão na caneta. Orienta num primeiro momento. Quem nunca reclamou de uma multa de trânsito? Esta é a intenção. O combate à corrupção tem que continuar", disse.

"Por exemplo, quando fala de propriedade rural, está lá a emenda constitucional do trabalho escravo. Ninguém é a favor de trabalho escravo. Tem gente do Ministério Público, do Judiciário, que entende que o trabalho análogo à escravidão também é escravo. Tem que botar um ponto final nisso. Análogo é uma coisa e escravo é outra", disse.

No evento, quando apresentava as suas propostas, Bolsonaro foi vaiado duas vezes pela plateia. Após o organizador do encontro chamar a atenção da plateia e pedir respeito ao presidenciável, ele passou a ser apenas aplaudido.

"Me desculpe se não atendi [expectativas]. Vão ter críticas, sempre podem criticar. Mas aprendo nesse momento também", disse o candidato, que não usou todo o tempo disponível para responder as perguntas.
Na palestra, quando questionado sobre a relação com prefeitos, ele disse que, eleito, gostaria de dividir responsabilidades para poder passar os fins de semana na praia.

"Eu quero passar o domingo na praia. Se não buscarmos desburocratizar e dividir responsabilidades com os senhores, mandando o dinheiro diretamente aos municípios, isso não será possível", afirmou o deputado.

Ao falar sobre questões econômicas, não detalhou propostas, disse que "o Brasil, na questão da economia, é um avião que está indo bater numa montanha". Declarou, por exemplo, que sua proposta de reforma da Previdência ainda está em elaboração.

"[Dizer que] não entende de economia é uma declaração de humildade. O duro é quem não entende querer fazer do seu modo, como se entendesse", afirmou.

O presidenciável defendeu uma reforma no currículo escolar e ressaltou que as escolas militares são um exemplo de unidades educacionais que dão certo. "Qual o objetivo final da educação? É atender a economia. É formar um bom profissional", disse.

Também defendeu planejamento familiar no Brasil.

"Um homem e uma mulher, com educação, dificilmente vão querer ter um filho a mais para engordar o programa social deles", afirmou.

Bolsonaro voltou a criticar invasões de propriedade e disse que a população precisa ter "direito a reagir e reagir de maneira que você expulse o invasor".

"Acontecendo algo de mais grave, você responda, mas não tenha punição. Isso chama-se excludente de licitude", declarou a jornalistas.

Por fim, um repórter o questionou sobre seus posicionamentos em relação a quilombolas, por exemplo, e se, a partir deles, era preciso aguardar "uma raça ariana" no Brasil.

"Acho que você fumou algo estragado aí", respondeu o presidenciável.

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