27 de Abril de 2024 • 00:36
Haddad oficializa sua candidatura na manhã deste domingo (24) ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva / Divulgação
Tendo as ciclovias como marca de sua administração, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), dependerá bem mais que do equilíbrio sobre duas rodas na disputa municipal. Ele precisará se equilibrar entre a dependência do PT e o desgaste que a sigla causa.
Haddad oficializa sua candidatura na manhã deste domingo (24) ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas sem a presença da presidente afastada Dilma Rousseff. Convencido de que a peemedebista Marta Suplicy é hoje seu principal obstáculo para chegar ao segundo turno, o candidato também pretende reivindicar para o PT a autoria de obras implementadas pela ex-companheira à frente da prefeitura (2001-2004).
Haddad deu largada à estratégia em recente reunião com militantes do partido. Afirmando que sua administração bateu recorde de oferta de vagas em creches, ele lembrou que o segundo melhor índice aconteceu no governo de Marta.
Mas ressalvou: "Desculpe a sinceridade. Mas esse recorde não é da Marta. É nosso. É do PT [...] Se hipoteticamente eu deixasse o PT, levaria o ProUni comigo?", perguntou, em referência ao programa de bolsas universitárias que implantou quando ministro da Educação.
Citando a candidata do PSOL, a também ex-petista Luísa Erundina, Haddad argumenta que ela e Marta não poderiam cumprir suas promessas de campanha sem o suporte do PT. "Nem as outras companheiras que deixaram o PT vão conseguir elaborar o que nós, coletivamente, vamos conseguir elaborar", repete.
Esse discurso é dedicado à militância. Temendo perda de simpatia na classe média, o prefeito focará a campanha na administração da cidade.
Em dezembro de 2015, Haddad assistiu a todos os capítulos da propaganda eleitoral de 2012, quando se elegeu. De rádio e TV. E, em suas conversas, ele promete mostrar, na campanha, que cumpriu as promessas.
Haddad se diz vítima da imprensa, a qual chama de despudorada. E, aos petistas, promete superar o alto índice de rejeição (45%) após o início do programa de TV.
Sua campanha se assentará na ideia de mobilidade, apresentando o governo como um projeto para o futuro.
O candidato também investirá no argumento de que a cidade enfrentou a crise econômica. E, sem ele, "esta cidade estaria que nem o Rio de Janeiro". Sua aposta é na juventude como um agente capaz de "arrastar a cidade".
Haddad programa uma série de atividades de Lula na periferia de São Paulo na tentativa de desidratar Marta e Erundina.
A necessidade de dosagem de discurso em tempos de Lava Jato é expressa na montagem da equipe de campanha. A estrutura contempla todas as tendências do partido, incluindo secretários do governo Marta, como Cida Peres e Jilmar Tatto.
Apesar da demonstração de confiança, Haddad montará um conselho de ética para fiscalizar todas as despesas e fontes de receita de sua campanha.
Com dificuldades para arrecadação de recursos, o prefeito ainda não concluiu a montagem de sua assessoria. Aos petistas, diz que se necessário escreverá seus próprios discursos.
Aliados temem que, assim, derrape na curva.
Polícia
Um dos agentes envolvidos alegou que sua câmera corporal estava descarregada no momento dos tiros
Cotidiano
O acidente ocorreu por volta das 6h30, no cruzamento da Rua Comendador Martins com a Júlio de Mesquita