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Política

Guardas Municipais vão à Câmara de Santos para exigir desmilitarização

Eles querem mudança no comando e cumprimento do Estatuto Geral das Guardas Municipais

Carlos Ratton

Publicado em 03/05/2016 às 10:00

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Dezenas de guardas municipais, com cartazes nas mãos, ocuparam as galerias da Câmara de Santos, buscando, entre outras coisas, a desmilitarização da Corporação / Matheus Tagé/DL

Com cartazes nas mãos, guardas municipais, liderados pela Diretoria do Sindicato dos Guardas Municipais da Baixada Santista (Sindguardas), fizeram ontem uma manifestação na Câmara de Santos.

Eles estão exigindo  que os vereadores cobrem do Executivo a saída do comandante da Corporação, Flávio de Brito Júnior, a desmilitarização da corporação e o cumprimento da lei 13.022, que instituiu o Estatuto Geral das Guardas Municipais do Brasil. 

O prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) tem até 8 de agosto próximo para cumprir a lei, caso contrário pode ser acusado de improbidade administrativa.   

A ação ocorreu por conta da agressão sofrida por seis guardas municipais, na madrugada de quinta-feira (28), na Zona Noroeste. Os agentes públicos foram surpreendidos, roubados e agredidos por sete marginais fortemente armados em um terreno da Prefeitura, localizado no final da Rua Zeonor de Paiva Magalhães, no bairro de Chico de Paula. 

Os bandidos, que se identificaram como membros do Primeiro Comando Da Capital (PCC) levaram os coletes, algemas, tambores de gás de pimenta e até os bens pessoais dos guardas. 

Dois guardas foram algemados e um inspetor teve que ser atendido no Pronto-Socorro por causa de uma lesão na cabeça. Um agente está afastado por problemas psicológicos. 

O presidente do Sindguardas, Sérgio Lucio da Costa, falou por cinco minutos e alertou os vereadores sobre uma possível fatalidade caso a Prefeitura de Santos não se conscientize que é preciso mudar o modelo de gestão adotado pelo Comando. 

Ele foi antecedido pelo diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Santos (Sindserv), Cássio Canhoto, que revelou que “a entidade não vai mais tolerar guardas sendo torturados. Chega de brincar com as vidas dos guardas”.      

Outro Sindicato

Na mesma linha segue o presidente do Sindicato dos Servidores Estatutários Municipais, Fábio Marcelo Pimentel. 

Ele não esteve ontem na sessão, mas enviou ofício ao prefeito propondo a mesma medida com relação ao comandante. A solicitação do sindicalista foi enviada também aos secretários municipais de Segurança, Sérgio Del Bel, e de Gestão, Fábio Alexandre Ferraz. 

Para Pimentel, o que aconteceu foi uma repetição de fatos que vêm ocorrendo sistematicamente. Fábio recorda que, recentemente, o comandante Flávio de Brito “chegou ao cúmulo de sugerir que os guardas em serviço no cemitério do Saboó deixassem em casa os coletes à prova de balas, tornando-os, assim, muito mais vulneráveis a risco até de morte”, conta.

O sindicalista baseia sua proposta de exoneração do comandante da guarda na lei 13022/14, que determina o exercício da função por um guarda de carreira. 

Ele explica que Flávio de Brito é aposentado da Polícia Militar e que, portanto, não pode exercer a função. 

Vários vereadores se mostraram solidários às reivindicações da diretoria do Sindguardas mas não apresentaram, ontem, nenhum trabalho voltado aos pedidos do sindicato. 

Outros assuntos abordados pelos guardas e pelos vereadores foram as péssimas condições das acomodações da Guarda, entre elas a Coordenadoria da Orla da Guarda Municipal, situada na ilha central, em frente à Avenida Conselheiro Nébias, no Boqueirão.              

 

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