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Política

Bolsonaro afirma que Paulo Guedes nunca defendeu a volta da CPMF: 'Ele está estudando alternativas'

A defesa de Guedes visa aplacar os rumores de dissenso entre o candidato, que tem um histórico de posições econômicas estatistas, e o guru, que lhe deu uma roupagem liberal e virou fiador de Bolsonaro junto ao mercado.

Folhapress

Publicado em 22/09/2018 às 19:43

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O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) defendeu seu guru econômico, Paulo Guedes / Fotos Públicas

Na primeira entrevista concedida desde que sofreu um atentado a faca, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) defendeu seu guru econômico, Paulo Guedes, que criou polêmica ao defender a criação de uma espécie de CPMF (o chamado imposto do cheque) em palestra.

"O Paulo segue firme", disse, sobre boatos de que ele poderia se afastar da campanha após cancelar uma série de eventos em que falaria sobre seus planos.

Apelidado de "posto Ipiranga" de Bolsonaro para a área, em referência à propaganda que apregoa caráter multiuso à rede de combustíveis, o economista já foi anunciado como ministro da Fazenda em caso de vitória do atual líder da corrida ao Planalto.

Segundo o candidato, Guedes nunca defendeu a volta da CPMF, que esteve em vigência de 1997 a 2007. "Isso é uma distorção. Ele apenas está estudando alternativas. Tudo terá de passar pelo meu crivo", afirmou.

Bolsonaro falou por breves quatro minutos ao telefone com a Folha de S.Paulo de seu quarto no hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se recupera de duas cirurgias após a facada tomada em Juiz de Fora (MG) no dia 6. "Foi barra pesada.

Eu quase morri, estou aqui por um milagre. Mas estou bem, meu bom humor voltou", afirmou o deputado.

Ele tentou minimizar o mal-estar que a fala de Guedes, revelada pela Folha de S.Paulo, na quarta (19), criou na sua campanha.

"Olha, ele não tem experiência política. O cara dá uma palestra de uma hora, fala uma coisa por segundos e a imprensa cai de porrada nele", disse, em referência à simplificação tributária e à alíquota única de 20% do Imposto de Renda da Pessoa Física para quem ganha mais de cinco salários mínimos, relatada em uma palestra a investidores.

"Se ele usa a palavra IVA (Imposto sobre Valor Agregado) e não CPMF, não tem confusão nenhuma. Parece uma boa ideia, vamos estudar. A alíquota única do IR para quem ganha mais é uma boa ideia", afirmou ele. Sua voz, muito debilitada no vídeo divulgado por seu filho Eduardo no domingo (16), estava praticamente normal, apenas um pouco rouca.

A defesa de Guedes visa aplacar os rumores de dissenso entre o candidato, que tem um histórico de posições econômicas estatistas, e o guru, que lhe deu uma roupagem liberal e virou fiador de Bolsonaro junto ao mercado.

Eles conversaram por telefone nesta sexta (21) e Guedes o visitará neste sábado (22).

Questionado, o presidenciável acabou não comentando a outra polêmica da semana, que foi o movimento para tutelar as falas e a presença midiática do seu vice, o general Hamilton Mourão (PRTB).

Na segunda (17), ele havia sugerido que lares pobres "sem pai e avô" são "fábricas de desajustados". A aliados, Bolsonaro afirmou que considera o episódio superado.

"Eu cumpro rigorosamente as ordens médicas. É impossível eu ir para a rua ou participar de debates antes do primeiro turno. Vou fazer participações pela internet", disse.

Seus filhos haviam levantado a hipótese de Bolsonaro participar do último debate antes do pleito, no dia 4 de outubro, na Rede Globo.

"Acho que terei alta nos próximos dias, mas continuo com muito antibiótico", afirmou ele, que voltou iniciou uma dieta pastosa na sexta.

Ele se queixou da campanha do PSDB, que vem batendo duro em sua imagem. "Vejo com muita tristeza o Geraldo Alckmin, uma pessoa em quem eu já votei. Ele pegou pesado. Eu não esperava isso dele, mas a verdade é que ele não é diferente do PT", disse.

"Eu não tenho tempo para rebater esse festival de baixaria. Podia perguntar da merenda, da obra do Rodoanel, da Odebrecht", disse, elencando denúncias contra o ex-governador de São Paulo. "É covardia do Alckmin". 

O tucano tem 5min32s por bloco no horário eleitoral gratuito, contra 8s do deputado.

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