X

Saúde

Síndromes respiratórias causam afastamento de profissionais de saúde em SP

Somente no Hospital das Clínicas, na zona oeste da capital paulista, estavam afastados 56 colaboradores com diagnóstico de Covid-19 e outros 15 com suspeita

Folhapress

Publicado em 07/01/2022 às 22:18

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Hospital das Clínicas em SP / Rivaldo Gomes/Folhapress

Os casos de síndromes respiratórias, o que incluiu os de Covid-19 e de gripe, já resultaram no afastamento de ao menos 3.339 profissionais de saúde no estado de São Paulo. O montante, que faz parte de apuração consolidada com dados disponíveis nesta quinta-feira (6), pode ser ainda maior, uma vez que o número se refere a funcionários apenas da rede pública.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, 1.754 pessoas estão afastadas de suas funções por confirmação da Covid-19 e suspeita de outras síndromes respiratórias. O estado conta, atualmente, com mais de 172 mil profissionais que atuam em hospitais, clínicas e unidades especializadas.

Somente no Hospital das Clínicas, na zona oeste da capital paulista, estavam afastados 56 colaboradores com diagnóstico de Covid-19 e outros 15 com suspeita, aguardando resultado de exames.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

"Seguindo o protocolo de assistência e de segurança das equipes, qualquer profissional com suspeita da doença é temporária, preventiva e prontamente afastado, para recuperação de sua saúde e prevenção dos demais", disse a secretaria em nota.

Na capital paulista, a Secretaria Municipal da Saúde afirmou que, até a última quinta, 1.585 profissionais estavam afastados por Covid-19 ou síndrome gripal. A administração conta com 94.526 servidores efetivos ou contratados por OSS (Organizações Sociais de Saúde).

Segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), o crescimento na quantidade de funcionários afastados foi notado em 1° de dezembro, sem impactos significativos na assistência.

A SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), uma das principais OSS que atuam na capital, informou que possui 800 colaboradores isolados após serem diagnosticados com gripe ou com coronavírus.

Se o estado e a prefeitura ainda não falam em novas contratações para suprir uma possível carência com as baixas, a instituição do terceiro setor explicou estar atenta à situação epidemiológica e promovendo contratações emergenciais, para garantir que a população não deixe de ser atendida nos serviços de saúde.

Outro município afetado é Campinas, no interior paulista, que na última semana registrou filas de pacientes à procura de atendimento médico com sintomas gripais. Até a última atualização, 129 funcionários que atuam na Secretaria Municipal da Saúde e na Rede Mário Gatti estavam afastados por sintomas respiratórios. No total, a cidade tem 6.075 colaboradores na área.

Com os afastamentos, os conselhos de classe se movimentam para entender melhor o que seus filiados que atuam na linha de frente estão passando. O Coren (Conselho Regional de Enfermagem) prepara um relatório que pretende detalhar as situações encontradas pelos enfermeiros no último mês.

"Com o aumento da demanda de atendimentos, a categoria fica sujeita a situações que podem afetar a qualidade da assistência, como maior tempo para atendimento, e sobrecarga aos profissionais de enfermagem e da saúde", disse para a Folha o presidente do Coren-SP, James Francisco dos Santos.

Sobre como tentar remediar a situação, Santos disse que é preciso que as instituições de saúde estejam atentas ao dimensionamento adequado de profissionais, respeitando todas as normativas que prezam pela segurança do paciente e também dos trabalhadores.

Na tentativa de conter uma redução ainda mais drástica no número de profissionais, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a pasta pode reduzir o isolamento para pessoas assintomáticas com Covid de 10 para 5 dias, o que é um pedido dos empresários do ramo, na tentativa de contornar possíveis transtornos com a ausência prolongada de médicos, enfermeiros ou técnicos. Ao falar sobre essa possibilidade, o ministro citou que o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) já deu essa recomendação.

A reportagem procurou as assessorias dos principais centros médicos privados de São Paulo, mas não recebeu o número de colaboradores com atestado médico. Em nota, o Sírio-Libanês informou estar chamando os médicos de retaguarda e que já fazem parte do corpo clínico da instituição para apoiar durante esse período de alta procura de pacientes.

"O hospital está remanejando internamente as equipes assistenciais e administrativas para apoiar esse aumento de procura. A equipe do pronto atendimento já abriu novas salas e aumentou seu número de colaboradores para acelerar o atendimento de síndromes gripais", diz trecho da nota.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cotidiano

Motociclista morre após 'fechada' acidental na Rodovia Cônego Domênico Rangoni

Acidente aconteceu na altura de Vicente de Carvalho

Nacional

Fim do mundo? Macacos estão caindo mortos de árvores no México

Saiba o que está causando a morte da espécie no país e como os especialistas estão tratando os casos

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter