04 de Maio de 2024 • 04:03
Como mostrou a Folha, a capital paulista registrou aumento de 140% nos casos positivos de Covid no intervalo de duas semanas / Divulgação
O cenário preocupante registrado entre 2020 e 2021, durante o auge da pandemia de Covid-19 e quando milhares de mortes eram contabilizadas diariamente, pode estar longe de se repetir no Brasil, mas o período posterior ao Carnaval deste ano registra um aumento grande de pessoas que passaram a procurar exames para diagnosticar uma possível contaminação por Covid-19.
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Segundo informações da Dasa, que reúne marcas como Delboni e Lavoisier, a instituição identificou aumento não só na demanda, mas também na taxa de positividade. O número de testes realizados na semana entre os dias 6 e 12 de fevereiro, em meio ao carnaval, superou em 37% o balanço da semana anterior. A proporção de positivos cresceu 4,5%.
O grupo RaiaDrogasil, que tem 2.900 farmácias em todo o país, observou aumento de 25% tanto nos exames realizados por farmacêuticos quanto nas vendas de autotestes -estes, segundo a empresa, são os mais procurados atualmente. A rede chegou a registrar faltas pontuais do produto com o aumento da procura. A taxa de positividade média é de 30%.
As redes de farmácias Pague Menos e Extrafarma também confirmaram aumento nos testes e resultados positivos, e estimam que a procura pela testagem cresça ainda mais nos próximos dias.
Já o grupo Fleury disse que não observou diferença significativa no volume de exames em seus laboratórios, enquanto a taxa de positivos teve pequena queda (menos de 0,5%). O infectologista Celso Granato, diretor clínico da empresa, explica que os efeitos do Carnaval serão melhor dimensionados na semana que vem.
"É importante ressaltar que o Carnaval ainda não terminou, como o período de incubação da Covid, diferentemente da gripe, é muito maior -de 4 a 7 dias -é possível que as pessoas que se contaminaram no Carnaval nem estejam doentes ainda e só virão a fazer o exame daqui a 5 ou 7 dias", diz Granato.
Como mostrou a Folha, a capital paulista registrou aumento de 140% nos casos positivos de Covid no intervalo de duas semanas. A média móvel semanal saiu de 168 casos no dia 21 de janeiro para 404, no dia 4 de fevereiro, de acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde analisados pela plataforma SP Covid-19 Infotracker..
Os números, segundo especialistas, são subnotificados, já que muitas pessoas adoecem e se contentam com o autoteste. Como o paciente não vai ao médico, a doença não entra na contagem oficial.
Laboratórios e hospitais já vinham registrando aumento na taxa de testes positivos de Covid. Segundo a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), janeiro deste ano fechou com um índice de 26% de confirmação, o dobro do computado no mesmo mês de 2023 (13%).
No Hospital Albert Einstein (SP), a alta de testes positivos nas cinco primeiras semanas deste ano foi de 43% (707 contra 1.013) em relação ao mesmo período de 2023.
Embora a Covid não seja mais uma emergência de saúde desde 2023, e, com a alta taxa de vacinação pacientes com a doença tem sintomas cada vez mais leves, parecidos com uma gripe ou sinusite, o Ministério da Saúde diz que o protocolo a ser seguido permanece o mesmo.
De acordo com a nota mais recente, medidas como isolamento, uso de máscaras e higienização sanitária seguem importantes, "principalmente para aquelas pessoas em maior risco para desenvolver doença grave, e para reduzir as chances do desenvolvimento de condições pós-Covid com cada nova infecção".
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De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), outras 17 mortes estão sob investigação.