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Saúde

Libéria recebe últimas doses de droga experimental contra ebola

O ministro assistente da Saúde, Tolbert Nyenswah, afirmou que três ou quatro pacientes começariam receberiam a droga ainda nesta quinta-feira

Publicado em 14/08/2014 às 16:38

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Autoridades da Libéria enfrentam uma decisão difícil: quais pacientes com ebola vão receber uma droga experimental que pode salvar vidas, se mostrar ineficaz ou mesmo piorar as condições de saúde dos doentes. O medicamento ZMapp, ainda não testado em humanos, chegou ao país do Oeste africano no final da quarta-feira.

O ministro assistente da Saúde, Tolbert Nyenswah, afirmou que três ou quatro pacientes começariam receberiam a droga ainda nesta quinta-feira, embora outra autoridade tenha dito que só haveria a quantidade necessária para três pessoas. O governo da Libéria informou que o tratamento seria administrado em dois médicos doentes, mas não ficou claro quem mais seria beneficiado

Essas são as últimas doses conhecidas do Zmapp e a empresa que desenvolve o medicamento afirmou que levaria meses para produzir mesmo um estoque pequeno da droga. Enquanto isso, uma fabricante de remédios de Iowa afirmou estar se preparando para testar uma possível vacina contra o vírus mortal. A NewLink Genetics planeja uma primeira fase de testes com cerca de 100 voluntários e já negocia com reguladores para permitir o andamento do estudo, informou o vice-presidente da companhia para o desenvolvimento de negócios, Brian Wiley.

Além do estudo, a NewLink também planeja produzir entre 800 e mil doses da vacina para o governo do Canadá doar à Organização Mundial da Saúde (OMS), que coordena a resposta internacional contra a doença. O diretor financeiro da empresa, Gordon Link, afirmou, porém, que o tempo necessário para os testes é incerto

A epidemia de ebola já sobrecarregou os sistemas de saúde dos países do Oeste da África e levantou questões quanto à capacidade das autoridades do continente de responderem adequadamente à crise. Nesta quinta-feira, manifestantes ocuparam as ruas de Monrovia, a capital da Libéria, para protestar contra trabalhadores da Saúde que não levaram o corpo de uma vítima da doença. Policiais vestidos com armaduras antiprotesto dispersaram a multidão.

O surto também desencadeou um debate internacional sobre as questões éticas de dar drogas experimentais a pacientes doentes e decidir quem vai receber os medicamentos. Até agora, apenas dois norte-americanos e um espanhol receberam doses do ZMapp. Os norte-americanos estão melhorando, mas ainda não se sabe quanto dessa melhora se deve ao medicamento. O espanhol morreu dias depois.

A organização dos Médicos sem Fronteiras, que cuida de grande parte dos centros para tratamento de ebola, chegou a dizer que esse tipo de questão representa "um dilema impossível". Agora, as autoridades da Libéria enfrentam essas mesmas dúvidas.

"O critério de seleção é difícil, mas será feito', prometeu o doutor Moses Massaquoi, que ajudou o país a obter a droga da Mapp Biopharmaceutical. "Nós vamos examinar a gravidade da situação das pessoas. Nós definitivamente vamos focar na equipe médica." Ele disse que o tratamento será feito em etapas, assim os médicos podem observar os efeitos do medicamento em um paciente antes de oferecerem doses ao próximo.

A epidemia de ebola foi identificada inicialmente em março, na Guiné, e desde então se espalhou por Libéria, Serra Leoa e Nigéria, matando mais de 1.060 das 1.975 pessoas infectadas, informa a OMS. Ainda não há tratamento ou vacina que comprovadamente ajudem a combater a doença.

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