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Cultura

Pitty leva fãs ao delírio e encerra com chave de ouro a 3ª edição do Danado de Bom

A cantora subiu ao palco ao som de Sete Vidas, música que dá nome ao mais recente trabalho da banda, lançado este ano, e enlouqueceu os fãs

Publicado em 17/11/2014 às 11:48

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Tudo o que é bom dura pouco. E foi com essa sensação que mais de 30 mil pessoas deixaram ontem o Kartódromo Municipal após o último dia do Festival da Cultura Nordestina - Cubatão Danado de Bom. Durante quatro dias de festa, mais de 60 mil pessoas passaram pelo local e puderam curtir de perto shows de grandes nomes da música brasileira, como Fagner, Falamansa, Daniel Gonzaga, Tribo de Jah e Magníficos.

Além dos shows principais, o evento teve mais de 60 apresentações artísticas e culturais dos mais variados segmentos, como dança, teatro, cultura popular, folclore, artes plásticas e literatura, totalizando 43 horas de entretenimento gratuito. 

O rock da baiana Pitty, que representa a diversidade de ritmos do Nordeste, encerrou a noite com chave de ouro. A cantora subiu ao palco ao som de Sete Vidas, música que dá nome ao mais recente trabalho da banda, lançado este ano, e enlouqueceu os fãs. 

Admiradores da cantora baiana vieram de várias partes do País e chegaram cedo ao Kartódromo Municipal só para ver de perto a diva do rock. As irmãs Juliana e Ana Gabriela Lima, de 17 e 18 anos, respectivamente, e o amigo delas, Erick Viana, de 18 anos, viajaram de Curitiba até Cubatão só para ver o show. Eles foram um dos primeiros a chegar no local. Antes das 13 horas, já estavam grudados na grade em frente ao palco. "Essa é a primeira vez que estamos vendo um show dela. Era uma meta de vida nossa. Fazermos isso juntos. Estamos muito emocionados de estar aqui", disse Erick.

Quem também veio de longe só pra ver a cantora foi a estudante Ana Carolina Lázaro Vieira, de 17 anos, moradora de Praia Grande. "Quando soube que teria show da Pitty aqui em Cubatão, e de graça, não pensei duas vezes e corri pra cá. Sou muito fã dela, desde criança", disse a jovem, empolgada.

Durante o show da Pitty, sucessos como Admiravel Chip Novo, Semana que Vem, Teto de Vidro, Memórias, Me Adora, Equalize, Na Sua Estante e Máscara  fizeram todo o público cantar e vibrar com a artista.

Com um estilo único e marcante de interpretar suas canções, Pitty apresentou músicas do novo álbum e encerrou o show com a música Serpente, que traz experimentações, inclusive as rítmicas, com influências africanas e do nordeste.

"Estou muito feliz de estar aqui em Cubatão, neste festival, como representante de parte da cultura nordestina, podendo mostrar essa diversidade musical do Nordeste, que existe rock, rap, reggae, e fazendo algo diferente", disse a cantora pouco antes de subir ao palco.

O rock da baiana Pitty, que representa a diversidade de ritmos do Nordeste, encerrou a noite com chave de ouro (Foto: Luana Fernandes/DL)

Rap e repente

Antes da cantora Pitty, no palco principal, o som alternativo do cearense RAPadura Xique-Chico contagiou o público. O artista chegou cheio de energia positva, com uma inusitada mistura de rap com repente, alimentado por muito maracatu, forró, baião e cantigas de roda. Percussor de um movimento em defesa da cultura popular, integrando o rap contemporâneo à música de raiz, RAPadura desenvolve um trabalho voltado para o universo do canto falado, mistura arrojada de rap com a tradição da cultura popular brasileira.

As suas letras contundentes, que falam do Nordeste, da seca, do agricultor, da mulher rendeira e também da cidade e dos processos de urbanização, encantaram o público de Cubatão. A música Norte e Nordeste me veste, canção que ganhou o primeiro clipe oficial, foi uma das canções interpretadas pelo artista no palcao, assim como Amor Popular e Moça Namoradeira. "Quando o artista vem com energia positiva e amor no coração, o resultado é esse. Uma troca maravilhosa. Fico muito feliz por participar de uma festa que mostra a diversidade cultural do nordeste", disse o músico após o show.

Balanço positivo

Criado em 2010 pela Prefeitura de Cubatão, o festival faz já parte do calendário oficial de eventos do Estado de São Paulo e já está se consolidando como a maior festa nordestina fora do Nordeste. A prefeita Marcia Rosa fez um balanço positivo da festa e confirmou a realização da quarta edição do evento, em 2015. "A festa foi realmente Danada de Boa. Reuniu não só moradores de Cubatão, nordestinos e descendentes, mas também pessoas de outras cidades e de outros estados. Foi uma festa que agradou crianças, jovens, adultos e idosos. E a homenagem à Luiz Gonzaga, com a presença do neto dele, Daniel Gonzaga, foi emocionante. Um dos pontos altos da festa", disse a chefe do Executivo.

Comidas Típicas

A gastronomia típica nordestina também fez sucesso entre os presentes. Durante os quatro dias de festa, os 14 restaurantes instalados na praça de alimentação e as 10 barracas das entidades assistenciais ficaram lotados. "O evento foi maravilhoso para nós, vendemos muitos caldinhos de mocotó, sururu, favas de sol. Valeu muito a pena participar do festival", contou a cozinheira Gildete Raquel dos Santos.

O professor paulistano Roberto Viana fez questão prestigiar o evento e aprovou toda a estrutura e as atrações. "Apesar de não ser nordestino, admiro todas as cultura, principalmente a Nordestina, sou admirador da música e da gastronomia e por isso vim aqui ver de perto.  

Sucesso entre adultos e crianças - Pela primeira vez esse ano o evento contou com um espaço infantil. O local foi um sucesso entre as crianças e também entre os pais, que puderam ficar despreocupados curtindo o evento, pois o espaço contava com monitores e contadores de histórias, e era todo fechado com vidros, com vista para a arena e para a praça de alimentação.

Os brinquedos semelhantes aos tradicionais usados no Nordeste, feitos em eucalipto, e outros criados a partir de materiais reciclados, como futebol de pino (peteleco), futebol de tampão (com tampinha de garrafa de suco de uva), pé de lata, vai e vem, mini golf, campo de batalha de pião, balão com lançadeira de palito, boliche de pet fizeram adultos voltar à infância "Fiquei muito feliz em ver pais e filhos brincando juntos, resgatando as brincadeiras de antigamente" explicou o artesão e historiador Ricardo Silva Ratto Júnior, responsável pelas criações.

A dona de casa Kátia Teófilo Castanheira dos Santos levou a filha Ana Clara para conhecer o espaço infantil e ficou encantada com os brinquedos feitos com material reciclado. "Adorei esses brinquedos, me fizeram lembrar da minha infância, principalmente esse pé-de-lata. E é bom poder brincar com as crianças, sair um pouco dos eletrônicos", disse ela.

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