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Crítica

Musicalidade de 'Meninas Malvadas' nos transporta para os anos 2000, em um estalar de dedos

Novamente escrito por Tina Fey, longa é uma adaptação direta da versão lançada na Broadway

Gabriel Fernandes

Publicado em 21/01/2024 às 17:30

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Filme seria lançado direto no Paramout+, mas acabou indo para os cinemas / Paramount Pictures/Divulgação

Originalmente previsto para ser mais uma adição de catálogo do Paramount+, foi direcionado para os cinemas por conta do vácuo de novos títulos em decorrência das greves dos atores e roteiristas em Hollywood. "Meninas Malvadas" não é necessariamente um reboot do sucedido longa de 2004, estrelado por Lindsay Lohan e Rachel McAdams, mas sim uma adaptação direta da sucedida peça da Broadway (que foi inspirada no filme original), lançada em 2017.

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Em um primeiro momento, pensamos que este era o típico projeto onde tudo poderia dar errado. Seja pela forçação de barra em alguns elementos ou até a inserção de situações para o usuário do X (antigo Twitter) bater palmas e comemorar os arcos do politicamente correto terem sido inseridos neste enredo. Só que estamos falando de um roteiro escrito por Tina Fey (que também cuidou das outras duas versões), ela nitidamente sabe o que realmente deve ser feito.

A história é literalmente a mesma, onde a jovem Cady Heron (Angourie Rice) se muda da Austrália para os EUA, devido a sua mãe (Jenna Fischer) ter arrumado um emprego melhor na terra do Tio Sam. Indo estudar pela primeira vez em uma escola, ela acaba sendo inserida no grupo da temida patricinha Regina George (Reneé Rapp). Neste cenário, ela percebe que deverá agir, se quiser conseguir sobreviver naquele ambiente e conquistar o coração de Aaron Samuels (Christopher Briney), ex-namorado de Regina.

Abrindo com uma divertida sequência musical envolvendo a própria Rice (que mostra um ótimo talento para cantar), sentimos que a pegada dos diretores Samantha Jayne e Arturo Perez Jr. é resgatar o estilo dos musicais da Disney, dos anos 2000.

Por um breve momento, somos transportados para uma época quando Zac Efron cantava em um Karaokê com Vanessa Hudgens, Rachel McAdams se gabava por vestir rosa e beijava Ryan Gosling na chuva e Lindsay Lohan trocava de corpo com Jamie Lee Curtis. É neste contexto que a criadora de "30 Rock", quer nos levar com sua nova roupagem.

Como uma das principais vozes na indústria, Fey (que também reprisa seu papel como a professora de matemática) possui vários amigos que sempre aceitam sempre trabalhar com ela dentro do possível. Por conta disso, temos algumas participações especiais de John Hamm ("Top Gun: Maverick") como o professor de educação sexual (que deveria aparecer mais), Jenna Fischer saindo do balcão de "The Office" e interpretando uma mãe pseudo-hippie, o veterano Tim Meadows voltando ao papel do diretor Duvall e Busy Philipps ("As Branquelas") fazendo mais uma sátira dela mesma (e acaba roubando a cena).

De fato, Reneé Rapp possui um ótimo talento para cantar (embora a mixagem de som, durante a sua primeira música "Meet The Plastics", não esteja boa), mas quando partimos para atuação é perceptível que ela tenta ao máximo copiar e satirizar o estilo de Rachel McAdams (que virou uma das grandes vilãs do cinema, na época). Mesmo repetindo seu papel na Broadway, chega a ser bizarro comparar diretamente as duas (mas é inevitável).

Diferente de Rice, que começou no cinema já roubando a cena de Ryan Gosling e Russell Crowe em "Dois Caras Legais", com relação à Lindsay Lohan (que era apenas um rosto bonito da Disney, e teve sorte de estrelar "Operação Cupido" e "Sexta-Feira Muito Louca"), onde sua atuação é anos luz melhor. Ela transparece bem uma adolescente com seus problemas com garotos, timidez e outras coisas comuns da idade.

Com relação aos números musicais, eles são bem executados, mas não fogem do padrão do gênero, principalmente por se tratar de um projeto voltado para plataformas de streaming. Inclusive, já adianto que muitas destas sequências sempre são executadas no mesmo ambiente (como nos corredores e refeitórios da escola onde a trama se passa), mas como as canções (que mesclam ritmos pop e rock), isso acaba sendo válido e gostoso de acompanhar.

"Meninas Malvadas" é um divertido resgate de um gênero que está cada vez mais escasso nos cinemas, e fizeram bastante sucesso no passado: os musicais adolescentes.

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