07 de Maio de 2024 • 23:51
A direção da Regional de Santos, Baixada Santista e Vale do Ribeira, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), protocolou na tarde desta segunda-feira, no comando do 6º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPMI), na Ponta da Praia, em Santos, um ofício solicitando a investigação dos policiais militares, envolvidos em uma suposta agressão ao jornalista Bruno Cassucci de Almeida, correspondente do jornal Lance. O caso ocorreu no início da noite do último domingo, dia 30.
O diretor regional do Sindicato, Carlos Ratton, aguarda uma reunião nos próximos dias com o comandante do Batalhão, coronel PM Ricardo Ferreira de Jesus. Durante todo o dia de ontem, dezenas de jornalistas e cidadãos manifestaram apoio ao profissional e à atitude do Sindicato.
Bruno Cassucci estava cobrindo o jogo envolvendo Santos e Botafogo. O correspondente do Lance estava registrando um confronto entre torcedores após a partida quando foi abordado por uma policial que, segundo ele, o mandou abandonar o trabalho com as seguintes palavras: “vaza. Dá linha, curioso”.
Bruno ainda afirma que, sob a mira de um revólver, foi obrigado a encostar-se a uma parede e submetido a uma revista agressiva. Na sequência, os policiais pediram para o jornalista abrir a mochila e, após tomar seu celular, apagaram todas as imagens obtidas.
Ainda segundo o relato do correspondente do Lance, os policiais mandaram Bruno não olhar para trás e, quando o jornalista olhou para o celular, foi agredido no rosto. Segundo o profissional, um oficial disse que ele estava ali para ‘defender torcedores’ e que ‘a mídia só mostra quando a polícia bate nesses (torcedores)’.
No depoimento, postando em seu perfil na rede social, Bruno conta que um policial se colocou entre o jornalista e a parede, pegou uma bomba de efeito moral, puxou a calça de Bruno e colocou o artefato dentro dela: ‘você não é macho? Quero ver ser macho agora’, disse o PM. A mesma policial que o havia abordado no primeiro momento ainda disse: ‘quer levar para casa? Tenho várias outras, pode levar’.
“Diante de toda essa atrocidade, dessa falta de preparo, dessa afronta à cidadania, ao trabalho e a dignidade humana, exijo a punição de todos os policiais que abordaram o jornalista Bruno Cassucci de Almeida, que em visita ao batalhão poderá identificar um por um”, afirma o diretor regional Carlos Ratton.
Secretaria
A Secretaria de Segurança Pública, por intermédio da sua Assessoria de Imprensa, garantiu ontem que não tolera a prática de abusos por policiais e informou que um inquérito policial militar (IPM) foi aberto para apurar os fatos relatados pelo jornalista Bruno Cassucci. “Se ficarem comprovadas as afirmações do repórter, os policiais serão punidos na forma da lei", finaliza a nota oficial.
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