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Caso Carlos Nazara

Estudante de Praia Grande foi agredido no chamado 'banheiro da morte'

Advogada da família aguarda resultado da necrópsia para comprovar homicídio e tomar medidas cabíveis

Da Reportagem

Publicado em 21/04/2024 às 09:18

Atualizado em 21/04/2024 às 10:06

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Carlos Nazara, de 13 anos, estava sofrendo bullying na escola onde estudava / Reprodução

A família do estudante Carlos Teixeira Gomes Ferreira Nazara, de 13 anos, aguarda o resultado da necrópsia para comprovar o homicídio e tomar as medidas judiciais cabíveis.O laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML) deverá apontar a verdadeira causa da lesão que resultou na morte do menino. 

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O adolescente foi brutalmente agredido por dois alunos no último dia 9 de abril, dentro do banheiro da Escola Estadual Júlio Pardo Couto, em Praia Grande. O lugar da agressão era conhecido pelos estudantes como o “banheiro da morte”. Segundo a advogada da família, Amanda Mesquista, o laudo necroscópico deve ficar pronto em até 90 dias.

Carlos Nazara morreu em decorrência de uma broncopneumonia bilateral, que é uma inflamação sem liberação, e celulite no cotovelo esquerdo. É o que aponta o atestado de óbito emitido pelo IML de Praia Grande. De acordo com Amanda, se a perícia comprovar que as lesões que o levaram à morte foram causadas pelas agressões, fica constatado o homicídio.

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Advogada fala sobre a perseguição que o menino vinha sofrendo

Amanda Mesquita falou em suas redes sociais sobre o que o menino vinha sofrendo na escola. Ela explica que “Carlos vinha sendo perseguido por outros alunos da Escola Estadual Júlio Pardo Couto”, mas a família só tomou conhecimento dos fatos quando foi chamada pela diretoria no dia 21 de março. “O garoto estava machucado, pois havia sido agredido no banheiro da escola, conhecido pelos alunos como 'banheiro da morte'”, diz.

Na mesma data, a família registrou um boletim de ocorrência no 1º Distrito Policial (DP) de Praia Grande. No último dia 9, dois alunos agrediram e pularam nas costas de Carlos, dentro da escola, mas, segundo Amanda, os pais não foram chamados dessa vez.

“Ao chegar em casa muito machucado, o jovem foi levado ao PS Central da cidade, onde foram realizados os primeiros exames, sendo medicado e liberado, com o argumento de se tratar de uma escoliose. Ocorre que as dores não passam e o jovem continuou sofrendo, então a família continua levando-o para as unidades de saúde da cidade, chegando a receber encaminhamento para psiquiatra e psicólogo, além de suspeitarem de maus-tratos por parte da família”, relatou Amanda na rede social.

“No último dia 15, a situação se agravou e a família saiu de uma unidade de atendimento na cidade de Santos, onde o jovem foi socorrido e encaminhado para a UTI da Santa Casa de Misericórdia de Santos, mas, diante da gravidade do quadro, Carlos teve três paradas cardiorrespiratórias e veio a óbito (terça-feira, dia 16)”, acrescentou a advogada.

Carlos foi sepultado no cemitério de Praia Grande na sexta-feira (19), às 14h, em uma cerimônia privada e sem velório.

Carlos Nazara não era autista

A advogada da família também precisou esclarecer que o menino não era autista, como foi divulgado nas redes sociais assim que o caso aconteceu. “Gostaríamos de esclarecer que o jovem não possuía nenhuma deficiência, como também não era uma criança autista, fato que está sendo divulgado de forma equivocada, gerando ainda mais comoções e, até mesmo, impulsionando manifestações que podem tomar proporções descontroladas. Ressaltamos que o bullying não precisa de um motivo específico para acontecer, como foi o que ocorreu neste caso”.

Resoluções sobre o caso

  • A assessoria de Imprensa da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) informou que “o caso está em investigação” e que “abriu uma investigação preliminar interna do caso. Uma equipe do Conviva, incluindo psicólogo, foi colocada à disposição da escola para acolhimento e orientações aos estudantes e comunidade”.
  • A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou em nota que “o caso é investigado pelo 1°DP de Praia Grande, com o apoio da Diretoria de Ensino de São Vicente. Foram solicitados exames ao Instituto Médico Legal (IML) e, assim que concluídos, os laudos serão analisados pela autoridade policial para auxiliar no esclarecimento dos fatos”.
  • O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), Dimas Ramalho, notificou a Prefeitura de Praia Grande para prestar esclarecimentos sobre a morte de Carlos Nazara. Diante das suspeitas de negligência médica, o conselheiro determinou que, no prazo de 24 horas, fossem informadas em quais unidades de Praia Grande os atendimentos foram realizados; Os nomes dos profissionais envolvidos na prestação do serviço, há registros dos atendimentos e quais foram os procedimentos realizados.
  • A Prefeitura solicita junto à Secretaria de Estado “uma apuração completa dos fatos, já que a unidade de ensino é estadual”. Enquanto, “a Secretaria de Saúde Pública do município abriu um processo administrativo para apurar todos os procedimentos adotados no atendimento na unidade e, caso seja constatada alguma irregularidade, serão tomadas como providências cabíveis”.
     
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