Carlos Nazara, de 13 anos, estava sofrendo bullying na escola onde estudava / Reprodução
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A família do estudante Carlos Teixeira Gomes Ferreira Nazara, de 13 anos, aguarda o resultado da necrópsia para comprovar o homicídio e tomar as medidas judiciais cabíveis.O laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML) deverá apontar a verdadeira causa da lesão que resultou na morte do menino.
O adolescente foi brutalmente agredido por dois alunos no último dia 9 de abril, dentro do banheiro da Escola Estadual Júlio Pardo Couto, em Praia Grande. O lugar da agressão era conhecido pelos estudantes como o “banheiro da morte”. Segundo a advogada da família, Amanda Mesquista, o laudo necroscópico deve ficar pronto em até 90 dias.
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Carlos Nazara morreu em decorrência de uma broncopneumonia bilateral, que é uma inflamação sem liberação, e celulite no cotovelo esquerdo. É o que aponta o atestado de óbito emitido pelo IML de Praia Grande. De acordo com Amanda, se a perícia comprovar que as lesões que o levaram à morte foram causadas pelas agressões, fica constatado o homicídio.
Amanda Mesquita falou em suas redes sociais sobre o que o menino vinha sofrendo na escola. Ela explica que “Carlos vinha sendo perseguido por outros alunos da Escola Estadual Júlio Pardo Couto”, mas a família só tomou conhecimento dos fatos quando foi chamada pela diretoria no dia 21 de março. “O garoto estava machucado, pois havia sido agredido no banheiro da escola, conhecido pelos alunos como 'banheiro da morte'”, diz.
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Na mesma data, a família registrou um boletim de ocorrência no 1º Distrito Policial (DP) de Praia Grande. No último dia 9, dois alunos agrediram e pularam nas costas de Carlos, dentro da escola, mas, segundo Amanda, os pais não foram chamados dessa vez.
“Ao chegar em casa muito machucado, o jovem foi levado ao PS Central da cidade, onde foram realizados os primeiros exames, sendo medicado e liberado, com o argumento de se tratar de uma escoliose. Ocorre que as dores não passam e o jovem continuou sofrendo, então a família continua levando-o para as unidades de saúde da cidade, chegando a receber encaminhamento para psiquiatra e psicólogo, além de suspeitarem de maus-tratos por parte da família”, relatou Amanda na rede social.
“No último dia 15, a situação se agravou e a família saiu de uma unidade de atendimento na cidade de Santos, onde o jovem foi socorrido e encaminhado para a UTI da Santa Casa de Misericórdia de Santos, mas, diante da gravidade do quadro, Carlos teve três paradas cardiorrespiratórias e veio a óbito (terça-feira, dia 16)”, acrescentou a advogada.
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Carlos foi sepultado no cemitério de Praia Grande na sexta-feira (19), às 14h, em uma cerimônia privada e sem velório.
A advogada da família também precisou esclarecer que o menino não era autista, como foi divulgado nas redes sociais assim que o caso aconteceu. “Gostaríamos de esclarecer que o jovem não possuía nenhuma deficiência, como também não era uma criança autista, fato que está sendo divulgado de forma equivocada, gerando ainda mais comoções e, até mesmo, impulsionando manifestações que podem tomar proporções descontroladas. Ressaltamos que o bullying não precisa de um motivo específico para acontecer, como foi o que ocorreu neste caso”.