Etiópia realiza eleição nacional, com governistas como favoritos

O partido governista é apontado como favorito, enquanto grupos pelos direitos humanos pedem o fim de um período de anos de supressão dos oposicionistas políticos

24 MAI 2015 • POR • 11h34

Os etíopes vão às urnas neste domingo para a primeira eleição nacional desde a morte do primeiro-ministro Meles Zenawi, que ficou no poder entre 1995 e 2012. O partido governista é apontado como favorito, enquanto grupos pelos direitos humanos pedem o fim de um período de anos de supressão dos oposicionistas políticos.

A controvérsia sobre a eleição mostra as divergências que nações do Ocidente têm com a Etiópia, elogiada por seu progresso econômico e na segurança, mas criticada pela tomada de terras de fazendeiros, pela prisão de jornalistas e pelo silenciamento de partidos da oposição.

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"Não há o desejo do restante do mundo de desestabilizar este regime", disse Richard Dowden, diretor da Royal African Society, do Reino Unido. "Não está dando nenhum trabalho e é um bom destino para investimento."

A Etiópia é vista como um bom lugar para se fazer negócios porque a corrupção é em geral baixa e as indústrias estatais são estáveis. Grandes empresas de private equity, como a KKR, sediada em Nova York, e o Blackstone Group, investem no país.

A votação parecia ocorrer com tranquilidade neste domingo, ainda que pelo menos um líder oposicionista, Beyene Petros, tenha dito que alguns de seus correligionários foram agredidos e que houve casos de seções eleitorais que abriram com as urnas já cheias de votos. Petros é presidente da coalizão oposicionista chamada Medrek. Um porta-voz da comissão eleitoral disse que as denúncias dele não eram verdadeiras.

A expectativa é que o resultado eleitoral demore pelo menos dois dias.

O partido governista é a Frente Revolucionária para o Povo Etíope, no poder desde 1991. Na última eleição, em 2010, a Frente venceu com muita vantagem, após em 2005 a oposição ter conseguido várias cadeiras no Parlamento e acusar o governo de fraudes para impedir um avanço maior. Em 2005, houve violentos confrontos por causa do resultado eleitoral e cerca de 200 pessoas morreram.

"O governo tem suprimido todas as formas de dissidência legítima", afirmou Muthoni Wanyeki, da Anistia Internacional. Autoridades dizem que apenas proibiram partidos que violam as leias e que somente prendem pessoas que representam uma ameaça à segurança nacional.