Repentistas decidem criar sindicato nacional da categoria

Foi aprovada a proposta de um sindicato único de âmbito nacional, com o apoio de delegacias estaduais.

16 FEV 2013 • POR • 10h26

No último dia do 2º Encontro Nordestino de Cordel, cordelistas e repentistas de vários estados decidiram criar o seu sindicato nacional. Duas propostas foram colocadas em votação: a que previa sindicatos estaduais e a de um sindicato único de âmbito nacional, com o apoio de delegacias estaduais. Foi aprovada a proposta de sindicato único. “Entendemos que fica mais fácil fazer essa administração no momento. Da outra forma, haveria a possibilidade de, em vez de criar um sindicato forte, criar dez ou 15 sindicatos fracos”, disse o repentista Antônio Lisboa Filho, que participou da mesa de discussão.

Para Chico de Assis, organizador do encontro e também repentista, a criação de um sindicato para a categoria foi um dos temas centrais dos três dias de evento. “O tema mais polêmico foi a questão do sindicato. Mas foi muito bem esclarecido. Agora a gente está sabendo que passo tem que ser dado para chegar lá”, declarou. Agora, os repentistas deverão instalar uma comissão que será responsável por desenvolver o estatuto do sindicato e levá-lo à apreciação das associações da categoria em todo o país.

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Lisboa Filho entende que a entidade de classe ajudará os repentistas a conquistar a aposentadoria, outro tema discutido no encontro. “Pessoas pensam que cordelistas, repentistas e declamadores não têm patrões. Mas nós trabalhamos na promoção de eventos, trabalhamos para empresas, para órgãos governamentais, e temos questões de direitos autorais. O sindicato é um órgão que vai aglutinar uma grande quantidade de cantadores, que precisam de um sindicato para defender”, disse. Para ele, o evento alcançou seu objetivo. “Em regras gerais, atendeu às expectativas. Existem algumas questões mais internas, que serão mais bem debatidas. Mas essa discussão começa aqui e vai pros estados, discutidas nas associações”.

Assis tem a mesma opinião do colega, e acredita que o encontro de Brasília foi um início de uma série de debates maiores. “Eu acho que o encontro valeu. O embate foi ótimo, a gente vai levar um legado proveitoso desse encontro. Agora, a gente vai definir as comissões, para poder encaminhar aos órgãos competentes e lutar pelos direitos dessa categoria, que busca esses avanços através do processo de luta”.