Portões do Centro Cultural Patrícia Galvão estão caindo

Prefeitura de Santos usa ripas de madeira para escorar as grades. Segundo a administração, queda de árvore danificou o gradil e solução do problema aguarda dotação orçamentária

12 MAI 2015 • POR • 11h09

Solução inteligente por tempo indeterminado para um problema aparentemente sem solução ou não previsto. Esta é a definição informal dada à palavra “gambiarra”. E esta também é a solução que a Prefeitura de Santos encontrou para conter a queda das grades que cercam o Centro Cultural Patrícia Galvão.

As bases dos portões estão corroídas pela ferrugem. Ripas de madeira e fitas usadas para embalar caixas amarradas às árvores do local seguram as grades verdes que cercam o complexo cultural, que não só abriga o Centro Cultural, mas também o Teatro de Arena Rosinha Mastrângelo e o Teatro Municipal Brás Cubas.

Leia Também

Ala governista da Câmara de Santos questiona licitação do transporte público

Abraccii cadastra famílias de crianças e adolescentes com câncer para receber kits alimentares

Escolas de Santos recebem scanner que permite leitura de voz

Viação Piracicabana terá que indenizar passageira por acidente sofrido em 2013

Baixada Santista terá imóveis mais baratos em 2016

A entrada do Mastrângelo está fechada. Um monte de areia dá sinais de que obras começaram ali, mas a falta de operários pelo local mostra que elas não prosseguem. Em frente à Hemeroteca Municipal, que também fica dentro do Centro Cultural, há materiais de construção amontoados.

Na manhã de ontem, a Reportagem do Diário do Litoral encontrou poucas pessoas no local. Havia movimentação apenas no estacionamento e na Hemeroteca. Uma vigilante fica na entrada do Centro Cultural, mas não controle dos usuários que adentram o espaço. O Museu da Imagem e do Som de Santos (MISS), que também funciona no local, estava em funcionamento. Duas exposições ocupam as galerias de arte.

Fechado desde 2009

Contatada, a Prefeitura de Santos esclareceu que o Teatro Rosinha Mastrângelo está fechado desde 2009 devido a infiltrações sob o tablado e no teto. “O local recebeu serviços de lavagem, desmontagem das antigas arquibancadas em ferro e remoção de entulho de seu interior, além de jardinagem em seu entorno. O trabalho, iniciado em dezembro de 2013, foi realizado com mão-de-obra das secretarias municipais de Cultura (Secult) e de Serviços Públicos (Seserp)”, explica.

Ainda segundo a Administração Municipal, a Secretaria de Cultura tem projeto elaborado para a reabertura do teatro, que prevê, além da eliminação das infiltrações sob o palco, a instalação de novo tablado, recuperação da cabine de som, do ar-condicionado, das arquibancadas, camarins e sanitários. No entanto, a Secult ainda busca parcerias para a realização da obra, orçada em cerca de R$ 400 mil.    

O material de construção encontrado pela Reportagem no local se deve à intervenções no complexo: adaptação das salas no piso térreo do Centro de Cultura, ao lado da Hemeroteca, para abrigar as instalações administrativas do Condepasa, que atualmente ocupam o terceiro andar do prédio da Secult.  

Sobre as grades que estão caindo, a Prefeitura garante que a Secult elabora projeto para o reposicionamento das mesmas, aproveitando a estrutura metálica que já existe no local. “A grade danificada foi atingida por uma árvore tombada durante temporal. No aguardo de dotação orçamentária para o início do trabalho”, justifica.   

Funcionamento

O Centro de Cultura Patrícia Galvão abriga duas galerias de arte (Patrícia Galvão e Braz Cubas), a Hemeroteca Roldão Mendes Rosa, Condepasa, o Museu da Imagem e do Som de Santos (Miss), a Escola de Bailado Municipal de Santos (EBMS) e os escritórios da Secretaria Municipal de Cultura. Também recebe aulas de dança de salão, capoeira e dança de rua em seu piso térreo.

Ainda segundo informações da Prefeitura, entre equipes operacionais (manutenção de equipamentos da secretaria, monumentos e eventos, por exemplo) e administrativas, 210 pessoas trabalham no complexo cultural.