Comissão da Câmara quer explicação sobre caso de travesti agredida em SP

A travesti teria se envolvido em uma briga com outros presos e foi acusada de arrancar, a dentadas, a orelha de um carcereiro

17 ABR 2015 • POR • 16h28

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (PT-RS), encaminhou nesta sexta-feira, 17, pedido de informações ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e ao procurador-geral do Ministério Público paulista, Márcio Elias Rosa, sobre o caso de abuso de autoridade contra a travesti Verônica Bolina, de 25 anos.

Verônica foi presa por suspeita de tentativa de homicídio contra uma vizinha idosa e levada ao 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, região central da capital paulista. A vítima teria sido espancada, teve seus cabelos cortados e foi humilhada, tendo seios e nádegas expostos.

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Em ofício, Pimenta disse que a comissão pretende acompanhar a apuração sobre os crimes de tortura, agressão, racismo e homofobia supostamente praticados por policiais contra Verônica, cujo nome civil é Charleston Alves Francisco. Pimenta solicita informações sobre as providências tomadas pelo governo paulista e pelo Ministério Público no caso. O regimento interno da Câmara determina à Comissão de Direitos Humanos investigar denúncias de ameaça ou violação de direitos humanos.

Verônica foi presa na sexta-feira, 10, por suspeita de tentar assassinar uma vizinha. No domingo, 12, a travesti teria se envolvido em uma briga com outros presos e foi acusada de arrancar, a dentadas, a orelha de um carcereiro. "Nenhum ato que tenha sido praticado pela vítima, em legítima defesa ou não, tem o condão de justificar tamanha violência policial", diz o parlamentar no ofício.