Técnico novo no São Paulo pode travar retorno de Ganso ao Santos

A rejeição de parte da torcida santista, em função da polêmica transferência para o rival, em 2012, é algo superado pela atual cúpula do Peixe, na qual o meia sempre teve um bom relacionamento

8 ABR 2015 • POR • 23h49

O caminho para Paulo Henrique Ganso retornar ao Santos está limpo e livre neste momento. Aparentemente, os obstáculos para o acerto são facilmente solucionáveis, principalmente pelo fato do acordo ser bem visto por todas as partes envolvidas.

No entanto, o clima de incerteza no clube do Morumbi após a saída do técnico Muricy Ramalho pode acabar ‘atrapalhando’ o negócio.

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Muitos nomes são cogitados pela diretoria Tricolor. Vanderlei Luxemburgo, Abel Braga, Cuca e até mesmo os argentinos Alejandro Sabella e Jorge Sampaoli estão na lista de concorrentes ao cargo. E caso o treinador contratado para esta nova fase peça a permanência do meia, a diretoria não deve se opor, mesmo insatisfeita com o desempenho do atleta nestes quase três anos de vínculo.

A rejeição de parte da torcida santista, em função da polêmica transferência para o rival, em 2012, é algo superado pela atual cúpula do Peixe, na qual Ganso sempre teve um bom relacionamento.

Recentemente, o jogador até posou para uma fotografia ao lado do ex-presidente Marcelo Teixeira em uma pizzaria da cidade litorânea e não negou que gostaria de voltar a vestir a camisa alvinegra um dia.

“Claro que ele voltaria, não tem problema algum. O futebol é assim”, disse uma pessoa muito próxima a Ganso, mas que prefere não se identificar.

São Paulo e o grupo de investimentos DIS têm o objetivo comum de buscar uma valorização do jogador o quanto antes para encontrar um comprador europeu, mercado tão desejado por Ganso há tempos. A ideia é lucrar com uma venda na janela de transferências do fim do ano e, por isso, o Santos é visto como uma grande vitrine para este período.

O Peixe entende que não tem como sair perdendo nesta história. Afinal, o contrato envolveria um empréstimo sem custos ao time da Vila Belmiro, que arcaria apenas com 50% do salário de Ganso. Esta fatia está enquadrada no plano orçamentário de Modesto Roma Jr com o futebol.

Além disso, a equipe santista é dirigida por Marcelo Fernandes e Serginho Chulapa. Ambos conhecem o jogador desde as categorias de base e também cultivam um bom relacionamento.

No São Paulo, o staff de Ganso sabe que o clima para o jogador não é bom. O clube do Morumbi perdeu a paciência com o camisa 10, que deve inclusive deixar o time titular. Milton Cruz, que assumiu o comando técnico interinamente, não tem uma boa relação com Ganso, decidiu poupá-lo nesta quarta-feira, mas, a tendência é que outro jogador tome sua vaga no meio de campo nas próximas partidas.

O problema é que iniciar um processo de ‘fritura de seu patrimônio’ não é vantajoso para o São Paulo, que investiu R$ 23,9 milhões no meia. E, como os dirigentes tricolores seguem refutando propostas que não beirem os 20 milhões de euros, algo que gera atrito com o jogador, já que seu satff entende que o mercado está em crise e uma pedida tão alta apenas afasta possíveis compradores, tentar valorizá-lo em outra agremiação é visto como o plano perfeito.

Apesar do representante de Ganso ser o empresário Giuseppe Dioguardi, a DIS, detentora de 68% dos direitos econômicos do atleta, está intermediando as conversas com os dois clubes. O Santos foi procurado, nos bastidores, para iniciar as tratativas há aproximadamente um mês.

Modesto Roma Jr admitiu que esteve com três membros dos grupos Sonda e DIS, ambos dirigidos pelo empresário Delcir Sonda, semana passada. Entretanto, afirmou que a reunião foi realizada para tratar de outros assuntos.