Anistia Internacional diz que militantes de Gaza cometeram crimes de guerra

A guerra de 50 dias em Gaza deixou mais de 2.100 palestinos mortos, a maioria civis, segundo autoridades palestinas e da Organização das Nações Unidas

26 MAR 2015 • POR • 15h04

O grupo de direitos humanos Anistia Internacional disse em relatório divulgado nesta quinta-feira que militantes palestinos cometeram crimes de guerra durante o conflito em Gaza de 2014, ao matar civis israelenses e palestinos usando projéteis de forma indiscriminada.

O documento foi divulgado após outros dois relatórios publicados no final de 2014 que acusaram Israel por crimes de guerra por causa dos ataques contra prédios e casas de civis palestinos durante o confronto.

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A guerra de 50 dias em Gaza deixou mais de 2.100 palestinos mortos, a maioria civis, segundo autoridades palestinas e da Organização das Nações Unidas (ONU). Do lado israelense, 66 soldados e seis civis foram mortos.

Militantes palestinos, dentre eles o braço armado do Hamas, lançaram foguetes e morteiros sem precisão de áreas civis de Gaza contra outras áreas civis em Israel, uma violação da lei internacional, afirmou a Anistia.

Seis civis israelenses foram mortos nos ataques e 13 civis palestinos morreram quando um projétil, aparentemente palestino, caiu num campo de refugiados de Gaza.

Os palestinos afirmam que o Exército de Israel foi responsável pelo ataque, mas a Anistia disse que especialistas em munição independentes examinaram as evidências em nome do grupo e concluíram que um foguete palestino foi responsável pela tragédia.

O relatório também fala sobre outras violações da lei humanitária internacional durante o conflito, dentre eles o fato de grupos militantes palestinos estocarem munição em prédios civis e escolas da ONU, além de lançar ataques perto de locais onde centenas de civis haviam se abrigado.

"O impacto devastador dos ataques israelenses contra civis durante o conflito é inegável, mas as violações de um lado do conflito nunca podem justificar as violações de seus oponentes" disse Philip Luther, da Anistia Internacional.

Luther pediu que autoridades palestinas e de Israel cooperem com investigações da ONU e do Tribunal Criminal Internacional "para encerrar décadas de impunidade que perpetuam um ciclo de violações nas quais civis dos dois lados têm pagado um preço alto".

Taher al-Nounou, integrante do Hamas, negou as acusações do relatório da Anistia, dizendo que ele teve como base relatos israelenses. Ele afirmou que o Hamas não ataca civis.