Usuários reclamam de reajuste na passagem de São Vicente

Aumento de R$ 2,60 para R$ 3,10 desagradou passageiros do transporte público. Parte da tarifa será destinada ao Fundo Municipal de Saúde da Cidade

24 MAR 2015 • POR • 10h43

Os usuários do transporte público de São Vicente, as famosas lotações, não estão satisfeitos com o aumento de 20% na tarifa. A passagem na Cidade passou de R$ 2,60 para R$ 3,10. Conforme apurado pela Reportagem do Diário do Litoral, os passageiros acreditam que o novo valor não condiz com o serviço prestado.

“Não vale a pena. O serviço precisa de melhorias, as condições dentro das lotações não são seguras. Sem falar que pego sempre superlotado”, reclama a estudante Lídia Abreu, que utiliza o transporte diariamente e é moradora do Jóquei Clube.

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A babá Rosana Bernardino também acredita que o transporte público da Cidade precisa de melhorias. “Em primeiro lugar, eles (motoristas e cobradores) precisam aprender a respeitar o passageiro. Eles fazem o horário que querem. Para ter este serviço, o aumento não vale a pena”, reclama, afirmando ainda que, quando consegue, prefere utilizar os ônibus do transporte intermunicipal. “Pego quatro conduções por dia, a diferença da passagem do ônibus para a lotação é pequena agora. Eu prefiro, além de chegar mais rápido No meu serviço, sou melhor tratada”, explica a moradora da Cidade Náutica.

Morador do Humaitá, o operador Adilson de Freitas também prefere a linha intermunicipal, mesmo sendo mais cara (R$ 3,80). “As lotações estão sempre cheias. Eu prefiro ir de ônibus e sentado. Não vale a pena ir de lotação, ainda mais por este preço”, comenta Adilson.

O aumento da passagem também pegou o aposentado Elias Maciel de Abreu. “Eu não preciso pagar passagem, mas quando pego a lotação prefiro pagar para não ter problemas. Em São Vicente, as pessoas não respeitam muito o lugar do idoso. Não preciso pegar lotação todo dia, mas achei a nova tarifa muito cara”, argumenta.

Por que aumentou?

Segundo a Prefeitura de São Vicente, o reajuste em 50 centavos na tarifa do transporte público equivale ao aumento dos combustíveis que estão mais caros e aos encargos que a empresa precisa repassar para o valor da tarifa. “A Cooperlotação se compromete destinar cada passagem ao Fundo Municipal de Saúde ressaltando que o valor será aplicado apenas no serviço móvel de urgência e emergência que atende a Cidade”, garante a Administração em nota encaminhada à Reportagem do DL.

Ainda em nota, a Prefeitura acrescenta que o prefeito Luis Cláudio Bili (PP) pretende adquirir, em até doze meses, 10 novas ambulâncias onde duas delas serão equipadas com Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “O valor da tarifa estipulada será entregue ao Fundo Municipal de Saúde. A quantia será direcionada mensalmente e formalizada em Termo de Destinação, onde deverá constar, dentre outros itens, o valor da destinação”, explica.

O último reajuste de tarifa ocorreu em 1º de abril de 2013, de R$ 2,60 para R$ 2,70, mas após as manifestações pelo Passe Livre que movimentaram todo o País, a Prefeitura recuou no aumento.

Sobre a falta de estrutura no transporte da Cidade, a Prefeitura garante que os proprietários já estão investindo em veículos com capacidade para 25 passageiros, com acessibilidade, telemetria (que mede o itinerário e a velocidade dos ônibus) e a implantação do Sistema Anjo da Guarda, que impedirá a circulação dos veículos com as portas abertas, para evitar acidentes.