Número de famílias paulistanas endividadas recua pela sétima vez e chega a 40%

É o sétimo mês consecutivo em que o volume de famílias endividadas na capital paulista recua

10 MAR 2015 • POR • 15h15

Quase 40% das famílias paulistanas informaram ter algum tipo de dívida em fevereiro, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). É o sétimo mês consecutivo em que o volume de famílias endividadas na capital paulista recua. O resultado do mês é 12 pontos percentuais menor que o registrado no mesmo período do ano passado (50,9%) e 0,4 ponto percentual menor que o registrado em janeiro deste ano (39,3%).

A pesquisa aponta ainda que o percentual de endividamento das famílias que recebem até dez salários mínimos também diminuiu e é o menor desde 2010. Em fevereiro, este índice ficou em 41%, abaixo do registrado em janeiro (42%). Entre os tipos de dívidas com maior participação no orçamento das famílias, estão financiamento de carro (24,2%); carnê (23,9%); financiamento de casa (13,3%); e crédito pessoal (13,1%).

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A pesquisa mostrou também que a busca por novas linhas de crédito recuou 5,4% na comparação com o mesmo mês de 2014 e que a maioria dos entrevistados (84,3%) disse não ter a intenção de contrair novos financiamentos nos próximos três meses. “Um dos fatores que comprovam o cenário cauteloso, é a retração do porcentual de famílias que optaram pela utilização de cartão de crédito como forma de pagamento de suas contas”, diz a Fecomercio-SP. Mesmo sendo a modalidade mais escolhida entre as famílias entrevistadas, em fevereiro, o índice apontou queda, ao passar de 69,1% no mesmo período de 2014 para 47,1%. Na comparação com janeiro (52,4%), o resultado foi 5,3 menor.

De acordo com a assessoria econômica da Fecomercio-SP, o baixo nível de endividamento neste início de ano demonstra que o consumidor está cauteloso para contratar de novos financiamentos em função do desempenho econômico do país, das altas dos preços e dos juros, que pressionam a renda das famílias.

Os inadimplentes chegam a 10,8% dos entrevistados, enquanto em fevereiro de 2014 esse número chegou a 14,4%. Entre as famílias com contas atrasadas, 52,2% estão com as contas vencidas há mais de 90 dias; 24,5% possuem contas atrasadas entre 30 e 90 dias; e 21,6% estão com dívidas em atraso de até 30 dias. Outros 4,5% não têm condições de pagar as contas, total ou parcialmente, nos próximos meses, contra 4,7% no mês passado. Em fevereiro de 2014, esse percentual era de 3,5%.