Felipão alimenta grupo com cartas, camisas e pedidos atendidos

Parte do comportamento do técnico da Seleção é guiado pelo resultado das entrevistas que Regina Brandão e outras duas psicólogas fizeram com os atletas

11 JUN 2014 • POR • 16h39

É incontestável: Luiz Felipe Scolari consegue, como poucos, ter seus elencos nas mãos. O treinador é duro nas broncas em campo, até diante das câmeras, mas sabe transmitir afeto e motivação quando necessário. Foi assim nas duas semanas de concentração da Seleção Brasileira na Granja Comary antes da estreia na Copa do Mundo, nesta quinta-feira.

Muitas vezes, Felipão precisou falar grosso com o time a respeito do desleixo na marcação. "Não pode (deixar o adversário) sair, c... Marcar com os olhos, marco eu daqui", gritou, na quinta-feira passada, em um dos dias que esteve mais exaltado durante a preparação para a competição. "Parou, parou. Vão deixar esse cara sozinho aqui mesmo?", cobrou, na última segunda, então a três dias do jogo contra a Croácia.

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Encerrado o treinamento, porém, o treinador amansa e revela seu lado afetuoso. "Ele sabe implantar essa cobrança, mas de forma saudável. Ele sabe gerir o grupo, sabe brincar, sabe ser amoroso", disse o zagueiro David Luiz, recentemente. "Acho que é a principal pessoa do grupo. É por isso que temos essa incrível atmosfera, é por isso que é tão prazeroso estar na Seleção".

Parte do comportamento de Felipão é guiado pelo resultado das entrevistas que Regina Brandão e outras duas psicólogas fizeram com os atletas. "Olhamos todos os dados e passamos a trabalhar um pouquinho diferente com A, B e C. Sigo o que cada um precisa, foco, carinho. Isso vai fazer com que tenhamos um grupo mais equilibrado", explicou o chefe, que chama o atacante Bernard de "Bernardinho", por exemplo.

Não é só carinho direto que Felipão dá. Ele também busca combustíveis para que os jogadores não esmoreçam. Algumas técnicas são infalíveis, como cartinhas deixadas em cima da cama de cada atleta. Outro método eficaz é aproximá-los de seus familiares, não necessariamente liberando visitas. No início desta semana, cada um dos convocados recebeu, de surpresa, uma camisa da Seleção com mensagens de parentes próximos.

À medida em que nota respostas positivas no comprometimento, o treinador aumenta os prêmios e a cooperação. O último pedido feito pelo grupo - e aceito pela comissão técnica - foi a contratação de uma quiropraxista. "É um trabalho excelente", comentou o zagueiro reserva Dante, um dos que haviam pedido a presença da profissional, a qual cuida basicamente da coluna.