Trabalhar no CRPI é uma vocação

Trabalhar no CRPI é mais do que exercer uma atividade profissional

10 ABR 2014 • POR • 16h33

rabalhar no CRPI é mais do que exercer uma atividade profissional. Médicos, professoras, fisioterapeutas e funcionários contam que a maior recompensa é o aprendizado com as crianças assistidas.

"É uma troca, um aprendizado muito grande". A declaração é da professora Nara Cristina Pedroso de Souza, de 42 anos. Pós-graduada em educação especial, ela atua no CRPI há três anos.

"O ensino é individualizado. Para cada criança que eu tenho na sala eu desenvolvo um plano político pedagógico diferente. Cada um tem uma dificuldade, então eu trabalho de acordo com o diagnóstico deles e com as possibilidades deles, eu desenvolvo um trabalho na parte de coordenação motora ou estimulação", explica Nara.

"Eu tinha muita vontade de vir, é muito gratificante. Acredito até que deveria ter vindo antes porque é muito gostoso. É uma troca, um aprendizado muito grande não só para eles, mas para a gente também.Tudo que eu faço é como amor", diz a professora.



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A fisioterapeuta Talita Souza de Carvalho, de 30 anos, trabalha com hidroterapia no CRPI há sete anos. "Na água, as crianças conseguem fazer algumas atividades que não conseguem fazer no solo. Na piscina, os exercícios são mais estimulantes, é uma forma lúdica. A gente está trabalhando, conseguindo fortalecer a musculatura, ganhar amplitude de movimento brincando".

"Para mim é maravilhoso, eu adoro criança, adoro o que eu faço, então tudo que eu faço é como amor", diz Talita.


Mais do que um trabalho, servir é uma vocação, uma realização pessoal para a monitora de recreação Ana Lúcia Vasques. "É uma dádiva. Eles aprendem com a gente e a gente aprende com eles", diz Ana Lúcia emocionada e com um largo sorriso porque o CRPI, segundo ela, lhe deu um emprego e acolhimento. "Quando entrei para trabalhar, fui recebida com abraços, então é uma satisfação muito grande porque mesmo com pouco estudo, o tempo que estou aqui é como se tivesse feito uma faculdade", declara Ana Lúcia com lágrimas nos olhos.



A tuberculose óssea levou Luiz Carlos Bairradas ao CRPI. Ex-paciente e hoje com 48 anos de idade, Bairradas entrou na instituição aos sete anos de idade para estudar e fazer tratamento, em 1974. Mas nunca deixou a casa, em 1983 foi contratado para serviços em geral e atualmente exerce a função de motorista conduzindo os alunos da instituição.

"Eu tive tuberculose óssea, mas posso dizer que estou curado. Gosto muito daqui (CRPI). Aqui tive meu primeiro emprego, me adaptei bem com as crianças deficientes e fiz amigos que já saíram. Só tenho coisas boas daqui", afirma Bairradas.



Bairradas trabalha há 30 anos no CRPI e já deu entrada no seu processo de aposentadoria especial, segundo às novas regras para trabalhadores com deficiência. "Quero me aposentar, mas pretendo ainda continuar um tempo aqui para depois descansar e cuidar da minha vida", conclui.