Rivellino cita promessa de busto ao se diferenciar do criticado Pato

O ídolo corintiano se transferiu para o Fluminense após sair como vilão da derrota para o Palmeiras no Campeonato Paulista de 1974

21 NOV 2013 • POR • 18h19

Tite já chegou a apelar para a história do Corinthians para amenizar as críticas de torcedores ao atacante Alexandre Pato. Quando o astro ouviu diversos insultos e cobranças para deixar o Parque São Jorge, no clássico contra o Santos, o técnico lembrou que um ambiente como aquele tirou um ídolo do clube no passado. Roberto Rivellino se transferiu para o Fluminense após sair como vilão da derrota para o Palmeiras no Campeonato Paulista de 1974, em meio ao jejum de 23 anos sem conquistas expressivas.

“A situação é diferente. Quem me tirou do Corinthians foi a imprensa, que fez uma campanha. O problema do Pato é com a torcida”, opôs Rivellino, que até contou uma novidade para ressaltar o bom vínculo com o Corinthians. “Graças ao bom Deus, o presidente Gobbi informou que vai fazer um busto do Rivellino no Parque São Jorge. Tenho reconhecimento. Não posso reclamar em nada no Corinthians. Na minha saída, o problema nem foi a torcida”, repetiu.

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O presidente Mário Gobbi gosta de dizer que Rivellino foi o grande ídolo de sua infância. Para homenageá-lo, decidiu reeditar o uniforme que o Corinthians usava na década de 1970 (predominantemente branco, com listras pretas finas) em 2014. Antes, já havia lembrado Sócrates, outro ex-jogador que admirou, com a inauguração de um busto no Parque São Jorge.

Alexandre Pato está bem longe de tamanho reconhecimento. Jogador mais caro da história alvinegra, o atacante ganhou o título que Rivellino sempre almejou (o Campeonato Paulista), porém caiu em desgraça na eliminação da última Copa do Brasil. Ele cobrou um pênalti de forma caricata, recuando a bola para o goleiro Dida, outro ídolo do clube do Parque São Jorge.

O lance fez Rivellino aumentar o coro de quem contesta Alexandre Pato. “Ele foi muito infeliz no pênalti. Eu estava assistindo ao jogo e fiquei paralisado. O que o Pato fez? Queria entender isso. Bater de cavadinha não é o estilo dele. Aquilo pegou todos os torcedores corintianos de surpresa. Para piorar, foi em um momento difícil, em que as coisas não estavam andando bem, fazendo o ano ficar praticamente perdido”, lamentou o Reizinho do Parque.

Pato pensou ter encontrado a sua redenção quando cobrou um pênalti com seriedade – com um chute alto e forte – no final do jogo contra o Fluminense, em recente vitória por 1 a 0, em Araraquara. Para comemorar, o atacante deixou de lado a pose com os dedos cruzados no rosto e jogou a camisa do Corinthians no chão, correndo com a mão na orelha, como se quisesse escutar a vibração da torcida que antes o insultava.

O gol de pênalti não foi suficiente para convencer torcedores mais exigentes. Como Rivellino. “Queria que ele tivesse batido com cavadinha de novo. Aí, sim, mostraria que estava com a razão da outra vez”, ironizou o ex-atleta, apesar de não duvidar de uma reabilitação de Alexandre Pato. “Ele pode não ter a raça que a torcida do Corinthians gosta, aquela coisa de dar carrinho e de se jogar na bola, mas é um grande jogador. Depende dele. Se bem que estão até falando que ele receberá proposta do exterior”, ponderou.

Apoio a Tite

A comparação feita por Tite não tirou o apreço de Rivellino pelo comandante. “Fiquei triste com a saída dele do Corinthians, sinceramente. Queria que o futebol brasileiro mudasse um pouco a sua cultura de não valorizar os treinadores. Se a gente for analisar, o Tite foi o maior técnico do Corinthians e é o melhor do Brasil atualmente. É uma pena. Infelizmente, são coisas do futebol, que temos de aceitar”, lastimou o futuro dono de um busto no Parque São Jorge.