NACAR: Polícia Federal realiza operação em Guarujá, Santos e São Vicente

PF volta ao Guarujá seis meses após prisão de prefeito

29 MAR 2022 • POR • 08h31
Foram cumpridos 55 mandados de busca e apreensão nos municípios de Guarujá; Santos; São Vicente, entre outras cidades - Reprodução

A Polícia Federal, em ação integrada com a Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU), deflagrou nas primeiras horas de hoje a segunda fase da Operação Nácar, visando o aprofundamento das investigações que apuram fraudes nas contratações das áreas da saúde e da educação realizadas pela Prefeitura de Guarujá.

A investigação tem como objetivo o combate de possíveis crimes de corrupção, desvios de recursos públicos e outros crimes correlatos, envolvendo verbas federais. Foram vistos viaturas da Polícia Federal na Câmara de Vereadores, Prefeitura e até em frente ao imóvel de políticos da Cidade.  

Leia Também

'Sofri uma verdadeira atrocidade', diz Valter Suman

Válter Suman garante que sua prisão não irá interromper 'o progresso de Guarujá'

PF aponta prefeito de Guarujá como líder de organização criminosa

Informações extraoficiais dão conta de que a Polícia Federal apreendeu durante a operação celulares, documentos e computadores na casa de sete vereadores.

Foram cumpridos 55 mandados de busca e apreensão em 31 endereços de Guarujá além de outras ações realizadas nos municípios de: Santos; São Vicente; São Bernardo do Campo; Carapicuíba; São Paulo; Campos do Jordão; e Brazópolis (MG). Participaram da deflagração 225 policiais federais e três auditores da CGU.

Dentre as medidas determinadas pela Justiça Federal, estão o bloqueio de mais de R$ 110 milhões de bens e valores de envolvidos, além do afastamento de ocupantes de cargos comissionados e eletivos de suas funções.

Os investigados podem responder pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas, se somadas, podem variar de 12 a 46 anos

Nácar é a substância liberada pela ostra para se proteger e conter o corpo estranho, formando assim a pérola. O nome da operação é uma alusão ao processo de contenção de supostas ações criminosas em Guarujá, conhecida como Pérola do Atlântico.

INOCENTADO.

Dentro da questão que envolve a operação, ano passado, 11 votos a cinco, o prefeito Válter Suman (PSDB) foi inocentado pela Câmara de Vereadores e o processo de impeachment foi arquivado pelo Legislativo. Suman estava sendo acusado de eventuais irregularidades relacionadas à Organização Pró-vida, à empresa AM da Silva Serviços Administrativos Ltda, à ACENI - Instituto de Atenção à Saúde e Educação.  

O prefeito Válter Suman e o secretário de Educação, Marcelo Nicolau, chegaram a ser presos no dia 15 de setembro passado. A investigação começou quando o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) indicou que haviam indícios de irregularidades no contrato entre a Prefeitura de Guarujá e a Organização Social Pró-Vida, que é responsável por administrar a UPA da Rodoviária e 15 Unidades de Saúde de Família (Usafa). Por envolver verbas federais, o caso foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) e para a Polícia Federal.

Em 20 de setembro do ano passado, Válter Suman retornou ao cargo, após a Justiça conceder a liberdade provisória. Súman foi preso no dia 15 e solto no dia 18 daquele mês. Ele é investigado por ser suspeito de comandar uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 109 milhões da área da Saúde.

Suman disse que o dinheiro encontrado na casa dele pela Polícia Federal teriam sido lucros de uma propriedade rural do Interior de São Paulo que estaria, ainda segundo o prefeito, declarada adequadamente no Imposto de Renda