Artesão fabrica luminárias em cabaças em Itanhaém

Peças são cuidadosamente trabalhadas, de forma artesanal, e divulgadas em feiras e exposições

16 OUT 2021 • POR • 08h07
Peças de decoração, luminárias trabalhadas e jardineiras são alguns dos trabalhos artesanais, feitos na cabaça pelo artesão Coutinho, de Itanhaém - Nair Bueno / DL

Fabricar luminárias e peças de decoração, de maneira artesanal, em uma cabaça. Essa é a inspiração que resulta no trabalho do artesão Washington Luiz Coutinho, de 41 anos, morador no bairro Tropical, em Itanhaém, há sete anos.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Leia Também

Olha a fome aí! Sabores Caiçara inicia nesta sexta-feira em Itanhaém 

PAT de Itanhaém está com 260 vagas de emprego disponíveis

Surf e Beach Soccer são atrações neste feriado prolongado em Itanhaém

O artesão, que também é formado em Marketing, conta que a cabaça sempre fez parte da sua família. “Meu avô Antônio Ribeiro, que trabalhava na roça, utiliza a cabaça para fazer moringas de água, cuias e outros objetos. Vim de São Paulo para morar em Itanhaém, me apaixonei pela Cidade e acabei conhecendo a técnica com outros artesãos”.

A técnica, aprendida e utilizada há cerca de cinco anos, segundo Coutinho, é o calado vazado, que são perfurações para refletir a luz nas luminárias. 

Ele utiliza uma microrretífica, um instrumento que pode fazer cortes, perfurações, acabamentos, e as brocas de várias milimetragens que faz as perfurações na cabaça. Após isso, ele faz o encaixe das bolinhas uma a uma e os desenhos nas peças. O desenho é escolhido e feito de forma manual. 

São diversos tipos de desenhos e de formas de cabaça. Conforme o desenho e o tamanho, ele conclui o trabalho em cerca de cinco horas. 

Além das luminárias, Coutinho trabalha ainda com outras peças, como jardineiras, peças de decoração e casas de passarinho. Os valores também variam de acordo com o modelo e são a partir de R$ 100,00.   

“Para começar a trabalhar uma cabaça o tempo varia bastante, deixo a peça de molho um dia antes para tirar a primeira pele e, depois, começo a tratar a superfície e faço o acabamento. Caso contrário, ela começa a mofar”, explica. 

Coutinho compra as cabaças em lojas de São Paulo. Mas ele também planta as sementes no quintal de sua casa e já colheu alguns frutos, além de distribuir as sementes para alguns conhecidos na cidade. 

O processo de nascimento de uma cabaça tem duas flores – macho e fêmea e a polinização pode ser feita manualmente. Há diversos formatos das cabaças, resultantes dos cruzamentos de uma espécie para outra. Além de ser uma das plantas mais antigas no Brasil.       

Sonhos 

A ideia do artesão é de realizar, daqui a alguns meses, uma oficina, em parceria com uma amiga, para ensinar a fazer o reco reco de cabaça, um instrumento musical utilizado no sul do País.           

“Meu outro sonho é fazer uma carreta e acoplar na bicicleta e, na lateral, plantar uma semente de mini cabaça e colocar as luminárias para transitar, à noite, pela Cidade”, conta.

Destaca ainda “Sou apaixonado por esse trabalho, pois é uma terapia. Vai ser sempre algo como um hobby. Sinto de forma clara a energia de cada peça”. 

Exposição

Neste sábado, 16, o artesão vai expor os trabalhos no salão superior do restaurante Taberna Baska, localizado na Praia do Sonho, em Itanhaém. “É uma boa oportunidade para divulgar meu trabalho ao público”.    

Coutinho já participou de algumas exposições e também do concurso Revelando São Paulo, no ano de 2019, promovido pelo governo do Estado. 

“Foi uma experiência incrível participar do Revelando SP, recebi críticas boas para melhorar o meu trabalho e aprendi a fazer outras peças”. O artesão também se inscreveu no Proac este ano, mas ainda não saiu o resultado.

Interessados em conhecer os trabalhos do artista podem acessar pelas redes sociais no Facebook (aurora.coutn) e no Instagram (@aurora.coutn). Contatos podem ser feitos pelo WhatsApp 11 99414.2528.