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Inflação fecha 2023 em 4,62% e fica abaixo do teto da meta

Com o resultado, o índice encerrou o ano passado abaixo do teto de 4,75% da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central)

Leonardo Vieceli/Folhapress

Publicado em 11/01/2024 às 10:45

Atualizado em 11/01/2024 às 11:53

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O IPCA havia estourado o limite superior da meta nos dois anos anteriores, em 2022 (5,79%) e 2021 (10,06%) / MARCELLO CASAL JR / AGÊNCIA BRASIL

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), fechou o acumulado de 2023 em 4,62%, apontou nesta quinta-feira (11) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Com o resultado, o índice encerrou o ano passado abaixo do teto de 4,75% da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central). O IPCA havia estourado o limite superior da meta nos dois anos anteriores, em 2022 (5,79%) e 2021 (10,06%).

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Na mediana, analistas do mercado financeiro consultados pela agência Bloomberg projetavam variação de 4,55% para o acumulado de 2023, período que marcou o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No recorte mensal, o IPCA acelerou de 0,28% em novembro para 0,56% em dezembro, segundo o IBGE. Analistas esperavam taxa de 0,50% para o último mês de 2023, conforme a mediana da pesquisa da Bloomberg.

Ao longo do ano passado, o IPCA perdeu força com a trégua dos alimentos, após a disparada da inflação desses produtos em meio aos reflexos da pandemia, da Guerra da Ucrânia e de choques climáticos.

Em 2023, o aumento da oferta de mercadorias a partir da ampliação da safra agrícola ajudou a frear os preços da comida. Também houve maior disponibilidade de alimentos como carne e leite no país.

"A safra do ano passado foi muito boa. Melhorou a inflação e melhorou o PIB também", afirma o economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

Segundo ele, outro fator que ajuda a explicar a inflação menor de 2023 foi o impacto dos juros elevados. O crédito caro desestimulou a demanda por bens duráveis e, assim, freou os aumentos dos preços desses produtos, diz Braz.

Bens duráveis são mercadorias de maior valor agregado, cuja venda está associada a financiamentos, como veículos e eletrodomésticos.
Ainda de acordo com Braz, a desaceleração dos preços de parte dos serviços completa a lista de componentes que atenuaram o IPCA em 2023.

Por outro lado, afirma o economista, os preços administrados, que incluem gasolina e energia elétrica, impediram uma perda de força mais intensa do índice de inflação.

A pressão dos monitorados veio na esteira da retomada da cobrança de tributos que haviam sido congelados pelo governo Jair Bolsonaro (PL) às vésperas das eleições de 2022. "Como os impostos voltaram, os monitorados tiveram protagonismo", diz Braz.

O centro da meta de inflação, referência para a política monetária do BC, era de 3,25% em 2023. O intervalo de tolerância era de 1,5 ponto percentual para mais (4,75%) ou para menos (1,75%).
 

CENÁRIO PARA 2024

Em 2024, a expectativa de analistas é de que o IPCA desacelere a 3,90% no acumulado do ano, conforme a mediana da edição mais recente do boletim Focus, divulgada na segunda-feira (8) pelo BC.

O centro da meta é de 3% em 2024, 2025 e 2026, sempre com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais (4,50%) ou para menos (1,50%).

Conforme analistas, o cenário deste ano deve trazer alterações em relação a 2023. Uma das prováveis mudanças diz respeito aos alimentos, cujos preços tendem a subir em 2024 após a trégua no ano passado.

O principal fator por trás dessa estimativa é o El Niño, que eleva os riscos de estragos no campo. O fenômeno climático ameaça reduzir a oferta de alimentos, com eventual repasse para os preços finais. Assim, a comida pode impedir uma desaceleração mais intensa do IPCA no acumulado de 2024.
 

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