05 de Maio de 2024 • 20:14
Brasil
Caso possui agravante por 'ter sido contra criança em meio à conjuntura de calamidade pública'; inquérito segue para a Justiça
A primeira-dama era a responsável pelo garoto de 5 anos quando ele caiu do 9º andar de um prédio no Recife / Reprodução
Nesta terça-feira (14), o Ministério Público (MPPE) denunciou a primeira-dama de Tamandaré, Sari Corte Real, no caso Miguel, por abandono de incapaz com resultado de morte, combinado com artigos do Código Penal Brasileiro, agravando as acusações pelo crime “ter sido contra criança em meio à conjuntura de calamidade pública” devido ao novo coronavírus. O inquérito segue para a Justiça.
A primeira-dama era a responsável por Miguel Otávio, de 5 anos, quando ele caiu do 9º andar de um prédio no Recife e morreu no dia 2 de junho. O menino era filho de Mirtes Souza, ex-empregada de Sari, que estava passeando com a cachorra dos patrões.
No dia da ocorrência, Sari foi presa em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Em 1º de julho, a polícia indiciou a primeira-dama por abandono de incapaz que resultou em morte.
O Ministério Público recebeu a denúncia no dia 3 de julho e tinha o prazo de 15 dias para tomar uma decisão. A denúncia foi apresentada à 1º Vara de Crimes contra a Criança e Adolescente da Capital, pelo promotor de Justiça Criminal, Eduardo Tavares.
A defesa da primeira-dama informou ao “G1”, que haverá um pronunciamento após ter acesso à denúncia.
Investigação
A polícia acredita que o menino saiu do apartamento à procura da mãe. No elevador, imagens de segurança mostram que Sari convenceu o garoto a sair do elevador algumas vezes antes de deixá-lo ali.
De acordo com o Instituto de Criminalística de Pernambuco (IC), Sari Corte Real apertou o botão do elevador que dá acesso à cobertura – a versão contraria a história dada pela defesa da primeira-dama.
Miguel foi até o 9º andar, onde seguiu um corredor, parou em frente a uma janela da área técnica e escalou um vão, alcançando uma unidade condensadora de ar.
De acordo com as investigações, marcas das sandálias do menino comprovam que ele estava em pé na condensadora. O garoto pisou em outro equipamento, supostamente se desequilibrou e caiu. Não há rastros de uma segunda pessoa no corredor.
Funcionárias da prefeitura
Além da morte, o prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB) também está envolvido em uma irregularidade. Mirtes, mãe do garoto, e a avó dele, Marta Santana, estavam registradas como domésticas para a família do prefeito, no entanto, a prefeitura pagava o salário delas.
Em 1º de julho, o Ministério Público de Pernambuco entro com uma ação para que Sérgio Hacker responda por improbidade administrativa.
Os bens do prefeito e da secretária de Educação, Maria da Conceição Cavalcanti, estão bloqueados parcialmente desde 2 de julho pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Manifestações
A morte de Miguel gerou manifestações pelo País, além de um abaixo-assinado virtual com mais de 2 milhões de assinaturas pedindo justiça por Miguel. Em 12 de junho houve um protesto em frente ao prédio onde Miguel caiu, manifestantes clamaram por justiça e andaram até a delegacia que investigou o caso.
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