04 de Maio de 2024 • 12:40
Doria classificou ainda a medida como apelativa / Agência Brasil
O governador de São Paulo João Doria (PSDB) disse, em coletiva nesta quarta-feira (21), que considera a divulgação da lista de financiamentos de jatos pelo BNDES como uso político da instituição.
"Não cabe a um banco revelar a quem disponibiliza seus financiamentos. O uso político do BNDES é tão condenável hoje como foi no passado no governo do PT", disse.
O governador afirmou que comprou uma aeronave em um "procedimento normal, regular", que, segundo ele, também é comum em outros países.
"Entendo que não foi uma boa medida, correta, do ponto de vista do BNDES, a utilização política e ainda classificando como caixa preta. Não há caixa preta alguma nisso, é um fato normal dentro de um banco de financiamento", afirmou.
Ele classificou ainda a medida como apelativa. "Destacar Luciano Huck e João Doria dentro desse contexto foi um processo mais apelativo que eu como cidadão, como brasileiro e como governador, condeno".
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) divulgou na noite de segunda-feira (19) lista com 134 contratos de financiamentos de jatos executivos da Embraer a juros subsidiados, no valor total de R$ 1,921 bilhão.
Segundo o banco, o custo com o subsídio às aeronaves chega a R$ 693 milhões, em valores corrigidos.
A possibilidade de divulgação da lista foi anunciada na quinta-feira (15) pelo presidente Jair Bolsonaro, como uma das medidas para "abrir a caixa preta" do banco estatal, uma de suas promessas de campanha. Os contratos foram assinados entre 2009 e 2014.
O governador João Doria assinou contrato de empréstimo de R$ 44 milhões por meio da Doria Administração de Bens.
Em sua conta no Twitter, o governador disse na manhã de terça-feira que "oportunistas" tentam associar o financiamento "totalmente dentro das regras que o banco estabelece", como se fosse algo errado.
O governador criticou a divulgação da lista e recomendou que o BNDES "focasse nos bilhões emprestados pelo BNDES" para obras de desenvolvimento em países 'companheiros' durante a gestão do PT no Governo Federal e que nunca foram pagas."
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